De acordo com o Ministério da Saúde, a perda ou diminuição da capacidade de ouvir pode ser causada por uma série de fatores: otites mal cuidadas ou de repetição; uso de remédios ototóxicos (prejudicais à audição); problemas no tímpano, tumores, envelhecimento, trabalho em locais barulhentos; uso contínuo de fones de ouvido em volume alto; e hereditariedade, entre outros fatores.
Para evitar a perda auditiva precoce, os cuidados com a audição devem ser os mesmos que temos com o restante de nosso corpo. Achar que surdez é preocupação somente na terceira idade é coisa do passado. Apesar do distúrbio ser frequente em idosos, devido à degeneração das células sensoriais da audição ou do nervo auditivo, também pode atingir crianças, adolescentes e adultos; e, em escala cada vez maior, por causa da “overdose” sonora que nos rodeia.
“Sempre que sentirem uma diminuição na audição ou zumbido, que pode ser o primeiro sinal de perda auditiva, devem buscar a orientação de um especialista para evitar o agravamento do problema”, alerta a fonoaudióloga Marcella Vidal.
Algumas precauções ajudam a evitar a perda de audição precoce. Existem várias formas de prevenção e ter conhecimento delas é fundamental para colocá-las em prática.
Marcella Vidal, especialista em audiologia, orienta:
• Em casa, modere o som da televisão e de aparelhos sonoros (em volume de até 60 decibéis);
• Não ligue a TV, rádio, máquina de lavar, liquidificador e outros eletrônicos ao mesmo tempo;
• Evite o som muito alto no carro e circule com os vidros fechados para evitar os ruídos externos;
• Não deixe seus ouvidos se acostumarem ao som alto, nem em casa, nem no carro, nem no trabalho. Preste atenção e proteja-se;
• Evite permanecer por longos períodos em ambientes fechados com música alta;
• Em festas, shows ou micaretas, fique longe das caixas de som. Se houver zumbido é sinal de alerta que deve ser investigado.
• Use protetores auditivos em você e, principalmente, nas crianças quando estiverem em locais muito barulhentos;
• Adolescentes e adultos que usam fones de ouvido correm mais risco de perda auditiva, principalmente ao ouvirem música em volume elevado e por horas seguidas. O limite máximo é de 85 decibéis por 45 minutos. Para redução dos riscos, a opção são os headphones, que vedam melhor o som ambiente, possibilitando que se escute música em volume menor;
• Dê um descanso aos ouvidos. Mantenha-se em silêncio sempre que possível, principalmente depois de dias agitados. A prática traz uma série de benefícios, inclusive para a audição.
• Cuidado com objetos pontiagudos ou cotonetes na região da orelha. Eles podem empurrar a cera para o tímpano ou até perfurar a membrana timpânica, afetando a audição.
• Cuidado com gripes, otites e sinusites mal curadas. Infecções frequentes e que não forem devidamente tratadas podem causar danos à audição. Qualquer sensação incômoda, procure logo um otorrinolaringologista.
• Cuidado com medicamentos que podem causar danos à audição, como anti-inflamatórios e até aspirina, que tomada em excesso pode levar à perda auditiva.
• Cuidado com a música alta nas academias. O barulho pode chegar a 110 decibéis. Proteger a audição também é cuidar do corpo.
• No ambiente de trabalho, não esqueça de utilizar protetores auriculares sempre que exposto a ruídos elevados.
• Atenção motoqueiros! Motocicletas, principalmente as de média e altas cilindradas, emitem ruídos em torno ou acima de 95 decibéis.
• Quem tem mãe e/ou pai com problemas auditivos deve procurar um especialista com antecedência. Em muitos casos, a perda de audição é fator genético.
• Faça o teste da orelhinha logo após o nascimento do bebê, mas avalie também a audição na época da alfabetização. Criança que não ouve bem tem dificuldades na aprendizagem.