Neste domingo (26) é comemorado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. A data serve de alerta para informar e prevenir sobre os riscos da doença que atinge 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos, mais de 60% dos idosos, contribuindo direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular todos os anos no Brasil.
Silenciosa, a hipertensão pode acometer vários órgãos e também é fator de risco para formas graves da infecção pelo novo coronavírus, por isso é preciso redobrar o cuidado. O alerta é do médico cardiologista Patrick Pertel Capatto.
“A hipertensão é uma doença silenciosa, que pode acometer vários órgãos, como vasos sanguíneos, coração, cérebro, olhos e causar paralisação dos rins. E os pacientes portadores de doenças cardíacas crônicas, dentre elas a hipertensão, fazem parte do grupo de risco, e têm risco aumentado de desenvolver uma forma grave da covid-19”, ressalta o cardiologista.
O médico explicou que existem teorias, mas ainda não existe uma resposta definitiva que explique essa associação, porém, “o que se tem visto por dados divulgados de países europeus, principalmente da Itália, é uma associação entre hipertensão e outras doenças cardiovasculares com formas graves da doença”, por isso é preciso ficar atento para evitar maiores complicações. “Esses pacientes, portadores de doenças cardíacas crônicas, dentre elas a hipertensão, devem mantê-las muito bem controladas, fazendo uso regular das medicações e tomando os devidos cuidados de higiene e isolamento social”, reforça Dr. Patrick.
Causa, prevenção e fatores de risco
De acordo com o Ministério da Saúde, a hipertensão mata 300 mil brasileiros anualmente, 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada 2 minutos. O fato de acometer vários órgãos contribui para o surgimento de doenças cardiovasculares como o infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, doença arterial periférica, perda da visão, e paralisação do funcionamento dos rins, com necessidade de hemodiálise. “Desta forma, ela contribui direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular no Brasil”, diz o médico.
Dr. Patrick destaca ainda que essa é uma doença multifatorial. “Em 95% dos casos, é hereditária, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco, como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes melito. Em 5% dos casos, tem causas mais raras, como distúrbios endócrinos”, pontua.
Segundo o médico a melhor maneira de prevenir o problema é manter hábitos de vida saudáveis e acompanhamento cardiológico. “Fazer atividade física regular, alimentação balanceada, baixa ingestão de sal e peso adequado. Também é importante o diagnóstico precoce, por meio de um acompanhamento cardiológico regular, já que é uma doença inicialmente assintomática. Há indicação de medição da pressão arterial regularmente a partir dos 3 anos de idade”, ressalta.