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Doença Hepática Metabólica: gordura no fígado oferece riscos?

A Doença Hepática Metabólica é um problema silencioso que pode evoluir para cirrose e câncer de fígado. Entenda os riscos e como tratar

Foto: Freepik
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A Doença Hepática Metabólica é caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado, também chamado de esteatose hepática.

Essa condição pode se desenvolver sem sintomas, mas, se não for tratada, pode evoluir para fibrose, cirrose e até câncer hepático.

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Anteriormente conhecida como esteatose hepática não alcoólica (NAFLD), a doença recebeu um novo nome: MASLD (Doença Hepática Associada à Disfunção Metabólica).

A mudança foi feita para tornar o termo mais preciso e menos estigmatizante, eliminando a associação com o álcool.

Atualmente, estima-se que a MASLD afete cerca de 65% dos pacientes com diabetes tipo 2.

Além disso, a doença está frequentemente ligada à obesidade, hipertensão e resistência à insulina.

Como sua progressão ocorre de forma silenciosa, o diagnóstico costuma ser feito apenas em exames de rotina.

Principais causas da Doença Hepática Metabólica

O acúmulo de gordura no fígado é influenciado por diversos fatores metabólicos. Entre as principais condições associadas à MASLD, estão:

  • Obesidade
  • Diabetes tipo 2
  • Hipertensão arterial
  • Dislipidemia (colesterol e triglicerídeos elevados)
  • Resistência à insulina

Se a doença não for tratada a tempo, a tendência é que se torne a principal causa de transplante de fígado no Ocidente nas próximas décadas.

Como é feito o diagnóstico?

Para confirmar o diagnóstico da Doença Hepática Metabólica, diferentes exames clínicos e de imagem são utilizados.

A detecção da gordura no fígado pode ser feita por meio de ultrassonografia ou ressonância magnética. No entanto, para avaliar a gravidade da doença, exames mais específicos são necessários. Os principais são:

  • Escore FIB-4: exame de sangue que ajuda a estimar o risco de fibrose hepática.
  • Elastografia hepática: um tipo de ultrassonografia que mede a rigidez do fígado e auxilia na identificação da fibrose.

Com base nesses resultados, o médico pode definir o melhor tratamento para evitar complicações.

Como tratar a gordura no fígado?

O tratamento da Doença Hepática Metabólica combina mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, uso de medicamentos.

Mudanças no estilo de vida
  • Perda de peso: A redução de pelo menos 5% do peso corporal pode diminuir a gordura no fígado. Já uma perda superior a 10% pode reverter a fibrose em alguns casos.
  • Atividade física: Tanto exercícios aeróbicos quanto os de resistência são eficazes para melhorar a função hepática.
Terapia medicamentosa
  • Pioglitazona: Indicada para pacientes com resistência à insulina ou diabetes tipo 2.
  • Agonistas de GLP-1 (Semaglutida) e GLP-1/GIP (Tirzepatida): Medicamentos já usados no tratamento da obesidade e diabetes, que também demonstram benefícios para o fígado.
  • Resmetirom: Agonista do receptor β do hormônio tireoidiano, aprovado para casos de fibrose hepática avançada, mas ainda não disponível no Brasil.

Ligação direta com a síndrome metabólica

A Doença Hepática Metabólica está fortemente associada à síndrome metabólica e pode evoluir para complicações graves.

Por isso, o diagnóstico precoce e a adoção de hábitos saudáveis são fundamentais para a prevenção.

Não normalize a gordura no fígado! A identificação da doença no estágio inicial pode evitar consequências irreversíveis.

Dra. Tatiane Mascarenhas Santiago Emerich Colunista
Colunista
Médica pela Escola de Medicina da Santa Casa de Vitória. Residência em Clínica médica pela Santa Casa de São Paulo. @tatianeemerich