Saúde

Doenças cardiovasculares matam mais que câncer, acidentes e violência, diz especialista

Hipertensão é um dos principais fatores de risco para o aparecimento dos problemas no coração

Foto: Divulgação / Pexel
A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. 

O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial (26 de abril) e o Dia Mundial da Hipertensão (17 de maio) são períodos para alertar as pessoas sobre a importância de controlar a pressão arterial. Afinal, ela é um dos principais fatores para o aparecimento de doenças cardiovasculares. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 51% das mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC) e 45% das mortes relacionadas a problemas cardíacos decorrem da hipertensão”, afirma o médico cardiologista Marcus Bolivar Malachias.

“Doenças cardiovasculares matam mais do que câncer, acidentes e violências. As pessoas costumam cuidar da segurança, do diagnóstico de câncer, seguem o tratamento, mesmo tendo diversos efeitos colaterais, mas não se preocupam em controlar a pressão. Essa consciência que precisamos criar na população”, complementa o especialista. 

Foto: Divulgação / Pexel
Especialistas recomendam medir a pressão arterial periodicamente. 

A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Importante destacar que ser crônica significa que essa enfermidade não tem cura definitiva. E essa é uma das questões que causam problemas para a adesão das pessoas ao tratamento da hipertensão.

“90% dos pacientes diagnosticados com hipertensão precisam fazer o acompanhamento com medicamentos. Não deem ouvidos para os mitos criados em torno do uso de medicamentos e eventuais efeitos colaterais, pois para esse tipo de tratamento são praticamente inexistentes”, comenta Marcus Malachias.

Para as pessoas com hipertensão que precisam ser medicadas, mudanças de hábitos podem ajudar a diminuir a quantidade de remédios. “Manter-se no peso ideal, praticar exercícios e diminuir o consumo do sal auxiliam de maneira positiva o tratamento”, lembra Dante Alario Junior, presidente técnico-científico em Farmacêutica.

Doença não apresenta sintomas 

Outro fator importante que mascara a percepção sobre a gravidade da hipertensão deve-se ao fato de ela ser assintomática. Ou seja, não exibe sintomas. Os pacientes só tomam consciência de que a pressão está alta após a medição, motivo pelo qual é preciso fazer o controle preventivo regularmente, principalmente os pacientes hipertensos.

“Tomando ou não o remédio, a pessoa sente-se praticamente da mesma maneira. Por isso, alguns optam por parar o tratamento. Isso é um grande equívoco. Sem controle, quando a doença der o alerta, o quadro de saúde provavelmente já estará associado a patologias mais sérias, como possibilidade de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral”, ressalta o cardiologista Malachias, principalmente os pacientes hipertensos.

Segundo o médico, no Brasil apenas 20% dos pacientes seguem as indicações médicas. Isso ocorre por uma série de motivos. Mas, de maneira geral, o grande vilão é a falta de consciência das pessoas. A criação de um dia dedicado a alertar a população contra a hipertensão é uma iniciativa da comunidade médica para despertar ou reforçar nas pessoas a importância do controle da pressão arterial.

“Todos devemos medir a pressão arterial regularmente. Caso ocorra alguma alteração, procurar imediatamente auxílio médico. Precisamos disseminar a cultura do cuidado com a saúde. O indivíduo que não se trata reduz sua expectativa de vida entre 5 e 16 anos”, finaliza Marcus Malachias.