A hipertensão atinge 24,7% dos moradores das capitais do Brasil. Os dados foram divulgados pela pesquisa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018). A cidade de Vitória está entre as principais capitais onde há mais pessoas com pressão alta, ainda conforme a pesquisa.
Mas o que seria a hipertensão? Uma doença crônica, isto é, sem cura, caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. E o que faz a pressão subir tanto? Os fatores são inúmeros, como o estresse, sedentarismo, apneia do sono, fumo e a obesidade, mas um dos maiores vilões é o sal de cozinha! Isso porque o seu principal componente é o sódio, presente também em alimentos industrializados.
Dados do ministério da saúde revelam ainda que, embora 90% dos homens e 70% das mulheres consumam mais sal do que o máximo recomendado, 85,1% dos brasileiros adultos consideram seu consumo de sal adequado.
O médico cardiologista do Grupo Meridional, Eduardo Castro, explica que um dos grandes problemas é que os sintomas da hipertensão só aparecem quando a pressão sobe muito, e a maioria das pessoas com a doença só descobrem durante uma crise.
“A doença cardíaca hipertensiva foi o segundo problema do coração que mais matou capixabas nos últimos anos. Só nos dois primeiros meses de 2019, foi responsável por 110 internações. No Brasil, a hipertensão afeta um em cada quatro adultos, e, 34 pessoas morrem por hora no país vítimas de doenças cardiovasculares, sendo a pressão alta, o principal fator de risco”, informou Eduardo Castro.
Como saber que sou hipertenso?
Segundo cardiologista do Grupo Meridional, uma pressão considerada ótima é 12/8. Quando a pressão está acima desse número com frequência em pessoas que não tem diabetes, é preocupante, havendo necessidade de tratamento farmacológico (com remédios) e considerando a pessoa hipertensa. Pessoas com diabetes, ou com problemas chamados de lesão em órgão-alvo, ou seja, em que a hipertensão já causou alterações nas estruturas do seu coração, ou em outros órgãos específicos, é necessário começar o tratamento com fármacos de forma precoce.
Caso
A aposentada Ivane dos Reis, de 80 anos de idade, é hipertensa. Ela não sabe quando foi acometida pela doença, mas conta que após a morte do marido, e com o aumento de tarefas e responsabilidade de criar sozinha os filhos pequenos, trabalhar dentro e fora de casa, o estresse se tornou diário e intenso, e a preocupação com a saúde nunca esteve em primeiro lugar.
Desde que descobriu a doença, Ivane já passou por duas pontes de safena, cateterismo e angioplastia, e, ainda sofre com os efeitos da doença: acorda sem poder respirar e precisa estar sempre em ambientes arejados, um pequeno esforço já faz com que sinta fadiga, dor no peito e o coração acelerado. Apesar de não ter cura, a hipertensão pode ser controlada. Medir a pressão regularmente se torna uma necessidade para checagem da doença.
Hoje Ivane se cuida, quer dar vida longa ao seu coração e deixa um recado: “menos estresse, não esquente muito a cabeça, cuide das suas tarefas, mas não fique só em função disso”.
Veja alguns alimentos que ajudam a baixar a pressão arterial
– Frutas frescas;
– Óleos vegetais, como azeite de oliva;
– Água de coco;
– Queijos sem sal;
– Cereais integrais;
– Ovo cozido;
– Suco de beterraba;
– Legumes;
– Iogurtes light.
É importante lembrar que quem sofre com pressão alta precisa aumentar o consumo de água. O indicado é beber entre 2 a 2,5 litros de água por dia. Além disso, exercícios físicos regulares de baixa intensidade, como caminhada 3 vezes por semana é indicado.
O Jornal da TV Vitória preparou uma série especial com três reportagens sobre Doenças do Coração. Abaixo, você confere o primeiro episódio da série que fala sobre a Hipertensão.