Saúde

Dormir pouco faz aumentar a vontade de alimentos calóricos, revela estudo

A hipótese é que a falta de sono altere o sistema que controla processos biológicos, como o apetite

Foto: Divulgação / Pexel
Estudo monitorou 25 pessoas saudáveis por um mês e constatou a mudança no apetite. 

Não se sabe exatamente como esse processo acontece. Mas, segundo pesquisa realizada pela Universidade Northwestern Medicine, em Chicago, nos Estados Unidos, dormir pouco faz nosso cérebro escolher alimentos mais calóricos e recompensadores, como doces e gorduras. 

A hipótese é que a falta de sono altere o sistema endocanabinóide, uma complexa rede de moléculas no sistema nervoso que controla processos biológicos como o apetite. 

Pesquisa 

O estudo monitorou 25 pessoas saudáveis. Primeiramente, os participantes tiveram uma semana de sono estável (de 7 a 9 horas). Depois, eles foram aleatoriamente divididos em dois grupos. Um dormiu apenas 4 horas e o outro, 8. O processo se repetiu durante 4 semanas para que os participantes tivessem um período de recuperação de sono e para que o resultado não tivesse interferência do ciclo menstrual das mulheres.

Os participantes passavam por uma ressonância magnética para verificar a sonolência e a atividade cerebral. Depois, um bufê era disposto para que eles escolhessem o que quisessem.

A noite curta de sono aumentou a quantidade de 2-oleoilglicerol, uma molécula parte do sistema endocanabinóide. Os indivíduos com maior presença de 2-oleoilglicerol optaram por alimentos mais calóricos. Além disso, as pessoas que dormiam menos tinham maior atividade na parte do cérebro que identifica odores, o córtex piriforme.

Essa parte do cérebro é conectada à região responsável por armazenar as informações sobre o estado do corpo e controlar a ingestão de alimentos, a ínsula. As pessoas que dormiam menos também apresentaram alterações nessa conexão. Essa alteração, que ocorreu devida à alta presença de 2-oleoilglicerol, foi associada à preferência por alimentos calóricos.

Os efeitos da privação de sono continuavam no dia seguinte, mesmo que a pessoa dormisse normalmente. Isso indica que uma única noite de sono restrito pode ter efeitos relativamente duradouros nas escolhas alimentares.

* Fonte: Portal R7