Na ´´ultima terça-feira (3), o apresentador e também humorista, Marcos Mion, divulgou em sua rede social do instagram, um trecho de um vídeo, de uma entrevista da sua nova série. Ele mostra a história de um pai, que durante uma consulta do filho com a psicóloga, descobriu também ter características espectro autista.
“A gente teve uma reunião com a psicóloga do Murilo, nessa reunião ela começou a falar do Murilo e das coisas que ele fazia, como morder a mão, coisa que eu também faço. No fim da consulta, voltei ao consultório da psicóloga e disse que queria conversar sobre aquilo”, contou Fulvio Pacheco, durante entrevista para Marcos Mion.
Veja o vídeo com a entrevista, abaixo:
Durante seis meses, Fulvio fez todo o processo de consulta clínica para identificar a síndrome. “Eu sempre me achei esquisitão, quando criança eu passava na escola com a média, eu tinha dificuldade. Meu grau de autismo é leve, não é nada que as pessoas olhem e digam que eu sou, mas hoje tenho a resposta para muito dos meus problemas. Descobri que meu pai também tem autismo, embora ele acredite que não”, comentou Fulvio aos risos, durante a entrevista.
Autismo
O transtorno de espectro autista (TEA) não é propriamente uma doença, mas uma síndrome que representa um conjunto de manifestações características e podem ser causadas por uma ou mais doenças. Desta forma, o TEA pode ter diferentes causas e na maioria dos pacientes, não se descobre sua razão específica.
“Os sinais comportamentais do autismo costumam aparecer precocemente, durante o desenvolvimento da criança, por volta de 12 e 18 meses de idade. Contudo, cerca de 20% das crianças com autismo apresentam nítida regressão após um período de desenvolvimento aparentemente normal, ao longo dos primeiros anos de vida”, destaca o Diretor do Instituto de Neurologia do Espírito Santo e Chefe do Setor de Neurologia Infantil da Universidade Federal de São Paulo, Marcelo Masruha.
Nas últimas duas décadas houve um aumento de 30 a 40 vezes no número de casos de autismo. O aumento da conscientização pode ter contribuído para o aumento da prevalência do TEA. Estudos mostraram que pais que já tinham conhecimento a respeito do transtorno, tem maior probabilidade de procurar um diagnóstico para os seus filhos.
Diagnóstico
O diagnóstico do autismo é essencialmente clínico, feito por meio da observação do comportamento e com a participação de psicólogos, psiquiatras e neurologistas. Há três características principais a serem observadas no comportamento que podem indicar o autismo.
Uma das características é o atraso significativo da fala e da capacidade de comunicação da criança, ou seja, de se fazer entender e transmitir uma mensagem com frases. Há também dificuldade de interação, o que leva a criança a se isolar, não conseguir brincar com as outras e se sentir excluída na sociedade. Outro traço são comportamento repetitivos, ritmados e obsessivos ou ritualísticos.
Quanto mais cedo o transtorno for diagnosticado, mais chances o autista tem de desenvolver autonomia e se tornar um adulto mais independente.
A Associação de Amigos do Autista recomenda que, uma vez diagnosticado o autismo, uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção específico para cada criança já que existem diferentes graus de autismo e nenhuma pessoa com autismo é igual a outra.