reprodução/Freepik @karlyukav
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A Articulação temporomandibular ou ATM, é uma articulação que une a mandíbula ao crânio. Ela possui uma estrutura denominada disco articular que impede que os ossos tenham contato direto, amortecendo o impacto da mandíbula durante os movimentos fisiológicos como falar, mastigar e bocejar.

O disco articular protege e ajuda nos movimentos funcionais da mandíbula. Se o disco articular se desloca ou não fica na posição correta, os estalos podem aparecer.

O que ocasiona o estalo na ATM – quando abrimos e fechamos a boca – é o disco articular “luxado”, ou seja, sendo deslocado de forma abrupta.

Sendo assim, o estalo pode significar que o disco está em posicionamento inadequado, podendo ser indícios de alteração estruturais e/ ou funcionais da ATM.

Algumas vezes esses estalos podem ser percebidos por outras pessoas, podendo até mesmo constrangedor ao paciente. Esses estalos podem vir acompanhados de dor e travamentos na mandibular. Além desses, outros fatores prévios ou concomitantes ao estalo podem estar associados e caracterizar casos de disfunção na ATM (DTM).

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Dificuldade para movimentação da mandíbula, dor, zumbido no ouvido, dor de cabeça e tensão no pescoço são evidências de que se faz necessária uma consulta e tratamento.

O tratamento para a DTM envolve diferentes etapas, sendo a cirúrgica, na maior parte das vezes a última alternativas secundárias aos tratamentos conservadores.

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O controle do estresse, a reeducação do paciente para interromper hábitos nocivos e até a prescrição de medicação apropriada fazem parte das medidas que podem ser tomadas a fim de melhorar o quadro do indivíduo acometido. Além disso , tratamentos clínicos com placas oclusais, fisioterapia e procedimentos minimante invasivos são associados a bons resultados.

Os estalos na ATM podem também estar associados a condições distintas como deslocamento do disco articular; problemas nos ligamentos articulares, problemas musculares e doenças degenerativas intra articulares. Além disso, condições que prejudicam as articulações do corpo como a artrite, podem afetar também a articulação temporomandibular, contribuindo para o agravamento dos estalos.

Outras condições podem também ocasionar estalos na mandíbulas, incluindo lesões e infecções locais, além do bruxismo.

O estresse e a ansiedade têm relação com a DTM por causa da tensão que colocamos na área do maxilar quando estamos nervosos, e ansiosos Movimentos que forçam a ATM também podem prejudicá-la.

Tudo que faz a ATM trabalhar em excesso pode desenvolver a desordem. Hábitos como mascar chiclete, roer unhas, quebrar alimentos duros com os dentes, morder lábios e bochechas, podem gerar desgaste na articulação e sobrecarga nos músculos da face e do pescoço.

O bruxismo pode estar associado aos estalos na ATM. No bruxismo diurno – também conhecido pelo bruxismo de vigília – a pessoa tem o hábito inconsciente de manter os dentes pressionados no decorrer do dia e por um longo período de tempo.

Esse apertamento dos dentes, podem trazer sérias consequências para a ATM. Estresse, ansiedade, uso de medicamentos antidepressivos podem desenvolver o bruxismo de vigília. Sendo assim estalos na ATM podem estar acompanhados tanto do bruxismo em vigília quanto o bruxismo noturno e inda estar ocasionando sintomas de DTM, como relacionados anteriormente

O profissional habilitado para tratar os estalos na mandíbula é o dentista especialista em DTM ou cirurgião Bucomaxilofacial, que deve realizar adequado exame clinico e solicitar exames de imagem para confirmar quais estruturas foram afetadas.

Mesmo nos casos que não há presença de dor associada aos estalos da ATM, deve-se procurar avaliação de um especialista para evitar assim o agravamento da condição.

Dra. Martha Salim

Colunista

Doutorado em Cirurgia Bucomaxilofacial (UNESP), Mestrado em Patologia Bucodental (UFF), Especialização em Cirurgia Bucomaxilofacial (UERJ), Capacitação em Odontologia Do Sono, Capacitação em Sedação com ÓXido Nitroso, Graduação em Odontologia (UFES), Atua como professora de Cirurgia Bucomaxilofacial da UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Revisora Científica das Revistas: Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery (JBCOMS) e Brazilian Dental Science (BDS), Autora dos livros "Cirurgia Bucomaxilofacial: diagnóstico e tratamento" (1 e 2 edições), Anestesia Local e Geral na Prática Odontológica, além de colaborar com 38 capítulos de livros e artigos científicos publicados. @dramarthasalim

Doutorado em Cirurgia Bucomaxilofacial (UNESP), Mestrado em Patologia Bucodental (UFF), Especialização em Cirurgia Bucomaxilofacial (UERJ), Capacitação em Odontologia Do Sono, Capacitação em Sedação com ÓXido Nitroso, Graduação em Odontologia (UFES), Atua como professora de Cirurgia Bucomaxilofacial da UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Revisora Científica das Revistas: Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery (JBCOMS) e Brazilian Dental Science (BDS), Autora dos livros "Cirurgia Bucomaxilofacial: diagnóstico e tratamento" (1 e 2 edições), Anestesia Local e Geral na Prática Odontológica, além de colaborar com 38 capítulos de livros e artigos científicos publicados. @dramarthasalim