A cantora Lexa publicou na última segunda-feira (10), que sua filha, Sofia, morreu no dia 5 de fevereiro, três dias depois do parto. A bebê era fruto do relacionamento da artista com o ator Ricardo Vianna.
Na postagem, Lexa relatou que passou por dificuldades durante a gestação, como uma pré-eclâmpsia que resultou em uma síndrome de Hellp, condições que teriam causado o parto prematuro e a morte da bebê.
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“Fiz tudo, mas minha pré-eclâmpsia foi muito precoce, extremamente rara e grave. O meu fígado começou a comprometer, os meus rins, e o doppler da minha bebê também. Mais um dia, eu não estaria aqui para contar a minha história e a dela”, desabafou a cantora nas redes sociais.
Após o relato de Lexa, muitas pessoas se perguntam sobre a prevalência e os perigos da eclâmpsia e síndrome de Hellp.
A pedido do Folha Vitória, a ginecologista e obstetra Ana Carolina Bimbato, do Bluzz, esclarece dúvidas sobre as duas condições, raras e graves para gestantes bebês.
Veja o vídeo:
Confira a entrevista com a médica Ana Carolina Bimbato
O que é eclâmpsia e como ela se diferencia da pré-eclâmpsia?
A eclâmpsia é uma complicação grave da pré-eclâmpsia, caracterizada pela ocorrência de convulsões em gestantes que já apresentam sinais de hipertensão e proteinúria.
A principal diferença é que a pré-eclâmpsia envolve aumento da pressão arterial e proteína na urina sem convulsões, enquanto a eclâmpsia é marcada por convulsões, que podem ser potencialmente perigosas para a mãe e o bebê.
Quais são os principais sinais e sintomas que indicam o desenvolvimento da eclâmpsia durante a gravidez?
Os principais sinais e sintomas que indicam o desenvolvimento da eclâmpsia incluem:
convulsões, dor de cabeça intensa, alterações na visão, dor abdominal superior, confusão ou perda de consciência
O que é a síndrome de Hellp, condição que causou a morte da filha da cantora Lexa?
A síndrome Hellp é uma forma grave da pré-eclâmpsia, caracterizada por hemólise (destruição das células vermelhas do sangue), elevação das enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas.
O que é considerada pressão alta numa gestante? A partir de quando ela precisa ficar atenta?
A pressão arterial considerada alta em gestantes é geralmente acima de 140/90 mmHg. É importante que as gestantes fiquem atentas a sinais de hipertensão a partir da 20ª semana de gestação, especialmente se já tiverem histórico de hipertensão ou pré-eclâmpsia.
Quando ocorre um quadro de eclâmpsia, quem deve ser salvo quando não for possível os dois: a mãe ou a criança?
Em casos de eclâmpsia, a prioridade geralmente é estabilizar a mãe, pois a saúde dela é crítica para a sobrevivência do bebê. No entanto, a decisão pode depender das circunstâncias clínicas específicas e do estado de ambos.
Existem fatores de risco específicos para a eclâmpsia? Quem está mais vulnerável?
Os fatores de risco específicos para a eclâmpsia incluem: história de hipertensão crônica, pré-eclâmpsia em gestações anteriores, gravidez múltipla, doenças autoimunes, obesidade, idade materna avançada (acima de 35 anos).
Como o diagnóstico de pré-eclâmpsia pode ajudar a prevenir a evolução para eclâmpsia?
O diagnóstico precoce da pré-eclâmpsia permite que os profissionais de saúde adotem intervenções, como monitoramento mais frequente, medicação para controlar a pressão arterial e, em casos graves, antecipação do parto, reduzindo assim o risco de desenvolvimento da eclâmpsia.
Quais estratégias ou tratamentos estão disponíveis para controlar a eclâmpsia e evitar complicações graves?
As estratégias de tratamento incluem: medicamentos anticonvulsivantes (como sulfato de magnésio), controle da pressão arterial com medicamentos apropriados, parto antecipado se a condição for grave.
A eclâmpsia pode ocorrer no pós-parto? Como as mulheres podem se proteger nesse período?
Sim, a eclâmpsia pode ocorrer no pós-parto, geralmente nas primeiras 48 horas após o parto. As mulheres devem ser monitoradas de perto nesse período e relatar qualquer sintoma preocupante imediatamente.
Como o pré-natal pode ajudar a identificar e tratar precocemente a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia?
O pré-natal regular permite a detecção precoce de sinais de hipertensão e proteinúria, permitindo intervenções rápidas, monitoramento e suporte adequado.
Quais orientações você daria às gestantes para reduzir o risco dessa condição e reconhecer sinais de alerta?
As orientações para as gestantes são: realizar consultas regulares de pré-natal, monitorar a pressão arterial em casa, reconhecer sinais de alerta, como dores de cabeça severas, alterações na visão e inchaço repentino, manter um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada e exercícios moderados, conforme orientação médica.
*Com a colaboração do repórter Guilherme Lage