O percentual de ausência na vacinação contra a covid-19 em Cariacica chega a 10%. A informação é da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo a secretaria, quando o cidadão agenda a vacinação e não comparece, o sistema de agendamento bloqueia o número de CPF e só possível realizar o reagendamento da vacina depois de dois dias.
Ainda segundo especialistas, além de se colocar em risco, já que no que período em que aguarda a vacina pode ser contaminado, a pessoa que escolhe o imunizante atrasa a evolução da campanha de vacinação e, consequentemente, deixa a sociedade cada vez mais distante do retorno à “normalidade”.
“No meio de uma pandemia, quanto mais rápido a campanha evoluir e quanto mais pessoas forem vacinadas, ou seja, se a cobertura vacinal for grande , mais rápido nós todos sairemos dessa pandemia. Assim as taxas de transmissão vão diminuir e a gente vai conseguir controlar a pandemia”, disse a pós-doutora em epidemiologia Ethel Maciel.
Em Guarapari, por exemplo, não será mais informado com antecedência qual imunizante será aplicado. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a medida foi tomada conforme orientação do Governo do Estado.
A Secretaria de Saúde do município ressaltou que a informação vai sobre qual vacina será oferecida irá constar no momento em que o agendamento for realizado e no comprovante que deve ser levado impresso.
“Ao iniciar o agendamento, na hora de confirmar os dados aparece qual vacina estará disponível, se a pessoa não puder tomar determinada vacina, ela não deve concluir o agendamento e aguardar a disponibilidade da vacina que ela pode tomar, em um próximo agendamento”, diz a nota da prefeitura.
Não há razão para escolher imunizantes
Apesar de ser um movimento crescente no Estado e no país, especialistas alertam que não há razão para escolher os imunizantes. Atualmente o Espírito Santo oferece vacinas de quatro fabricantes diferentes: Pfizer, Astrazeneca, Janssen e a Coronavac.
Quem escolhe vacinas alega que compara os percentuais de eficácia ou elege a melhor com base no número de doses necessárias para uma imunização completa.
“É preocupante que as pessoas estejam desmarcando para reagendar em uma outra possibilidade. Isso tem sido uma constatação não só aqui no Espírito Santo, mas não existe uma razão para que isso seja feito”, disse o doutor em epidemiologia Daniel Gomes.
O especialista completou, reforçando que “todas as vacinas que nós temos distribuídas foram previamente aprovadas por demonstrarem segurança e, principalmente, por se mostrarem efetivas, eficazes”.
Daniel explicou que fazer comparações entre as vacinas com base nos percentuais não é uma estratégia eficaz, já que esses números não podem ser comparados entre si.
“Não existe a melhor vacina e não existe o melhor laboratório. Infelizmente as pessoas comparam aqueles valores absolutos de proteção que foram divulgados depois dos testes de fase 3, e que são diferentes de uma fabricante para a outra, mas aquilo não reflete a proteção da vacina. Aquilo na verdade está muito mais associado a uma proteção global em relação aos grupos que foram utilizados no teste. Como as vacinas foram testadas em momentos diferentes, e usando inclusive grupos populacionais diferentes, essa comparação não pode ser feita simplesmente pegando o número e comparando”, explicou.