A Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) confirmou três casos de sarampo no estado, neste ano. Apesar dos números parecerem “poucos expressivos”, os casos alertam para uma situação preocupante: a volta da doença no Brasil. Principalmente, porque os números nacionais preocupam: O Ministério da Saúde contabilizou até o momento 1.226 casos da infecção entre 12 de maio e 3 de agosto.
Do total, 1.220 estão concentrados em São Paulo, 4 no Rio de Janeiro, 1 na Bahia e outro, no Paraná. Há ainda 6.678 casos em investigação. Desde o início do ano, foram confirmados 1.322 pacientes com a infecção, 95% dos quais nos quatro estados que atualmente estão em situação de surto.
Diante do avanço de casos, o Ministério da Saúde montou na semana passada um comitê encarregado de acompanhar diariamente a situação em todo o País, o primeiro estágio para que a decretação de estado de emergência seja realizada. Como o Estado mostrou, numa resposta à situação de surto, o Ministério da Saúde iniciou as negociações com a Organização Pan-Americana de Saúde para uma compra de vacina, caso seja necessário. A transação funciona como uma pré-reserva. As doses serão enviadas assim que o governo acionar o organismo internacional. O quantitativo reservado, porém, não foi informado.
Esquema vacinal do sarampo
– Crianças de 12 meses a menores de 5 anos de idade: uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses de idade (tetra viral).
– Crianças de 5 anos a 9 anos de idade que perderam a oportunidade de serem vacinadas anteriormente: duas doses da vacina tríplice
– Adolescentes e adultos até 49 anos:
– Pessoas de 10 a 29 anos – duas doses das vacina tríplice
– Pessoas de 30 a 49 anos – uma dose da vacina tríplice viral
Quem comprovar a vacinação contra o sarampo conforme preconizado para sua faixa etária, não precisa receber a vacina novamente.
Estratégia
A estratégia atual do governo é realizar vacinações de bloqueio, em pessoas que tiveram contato com suspeitos de ter a infecção são imunizadas.
As campanhas em São Paulo também visam vacinar adultos jovens e reforçar a proteção entre crianças em cidades consideradas prioritárias, mesmo menores de um ano. Neste surto, um número significativo de bebês com menos de um ano foi infectado. O fenômeno é atribuído à baixa cobertura vacinal dos pais. Como a mãe não tem anticorpos contra doença, a proteção não é transmitida por meio do aleitamento. Pais, suscetíveis à doença, podem transmitir o vírus ao bebê.
A vacinação de menores de um ano não é recomendada na praxe. É uma medida feita de forma emergencial e não deve dispensar as doses regulares da vacina, aos 12 e 15 meses.