Saúde

Emagrecer e concentrar: o que significa e para que serve cada hora do jejum? Especialista explica

Entender os marcos das horas sem comida pode ajudar a desmistificar a prática e demonstrar seus potenciais benefícios

Foto: Reprodução/Pexels

O jejum intermitente, uma prática alimentar que intercala períodos de alimentação e abstinência de comida, vem ganhando popularidade como método para emagrecimento, melhoria da concentração e até benefícios espirituais. Mas o que acontece no organismo a cada etapa do jejum? Entender os marcos das horas sem comida pode ajudar a desmistificar a prática e demonstrar seus potenciais benefícios.

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O QUE É O JEJUM E COMO ELE FUNCIONA?

O jejum, prática milenar presente em diversas culturas e religiões, é caracterizado pela ausência total ou parcial de alimentos por um período de tempo. A ciência moderna investiga seus efeitos no corpo humano, destacando impactos positivos que vão além da perda de peso.

De acordo com criador de conteúdo digital Roberto Brandini, o jejum tem um impacto direto sobre o metabolismo e ativa mecanismos internos que variam conforme a duração do período sem ingestão de alimentos. Cada marco de tempo representa mudanças específicas no corpo, e essas etapas podem ser exploradas com objetivos distintos.

AS PRIMEIRAS 16 HORAS: OS PRIMEIROS EFEITOS APARECEM

Quando uma pessoa fica 16 horas sem se alimentar, o organismo começa a esgotar as reservas imediatas de glicose no fígado. Esse processo, chamado glicogenólise, é o primeiro passo para estimular a queima de gordura como fonte de energia.

Nesta fase inicial, muitos praticantes do jejum relatam sentir mais energia e leveza. Isso acontece porque o corpo começa a entrar em um estado metabólico de maior eficiência. Este é o ponto de partida para os benefícios metabólicos e o emagrecimento gradual.

24 HORAS: CONCENTRAÇÃO AUMENTADA

Ao atingir 24 horas sem alimentos, o corpo entra em um estado conhecido como cetose. Nessa etapa, a queima de gordura é intensificada e os corpos cetônicos, produtos gerados durante esse processo, tornam-se a principal fonte de energia para o cérebro.

Esse estado metabólico é frequentemente associado a uma maior clareza mental e aumento na capacidade de concentração. O cérebro, alimentado por corpos cetônicos, opera de forma mais eficiente em tarefas cognitivas. Por isso, o jejum é defendido como uma ferramenta de foco por muitos adeptos.

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36 HORAS: MUITA QUEIMA DE GORDURA

Após 36 horas, o corpo está em plena atividade lipolítica, ou seja, quebrando as reservas de gordura de forma mais intensa. A ausência prolongada de insulina, que é minimamente secretada em jejum, permite que a gordura armazenada seja convertida em energia com eficiência máxima.

Essa fase é especialmente importante para quem busca emagrecimento. No entanto, é crucial realizar esse tipo de jejum mais prolongado sob orientação médica, pois a falta de nutrientes pode começar a impactar funções essenciais se não for bem administrada.

48 HORAS: ESPIRITUALIDADE E AUTOCONHECIMENTO

A partir de 48 horas sem comer, o jejum transcende o aspecto físico e alcança dimensões psicológicas e espirituais. Muitas práticas religiosas e filosóficas utilizam períodos prolongados de jejum como forma de purificação e conexão com algo maior.

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Sem as distrações da alimentação e com o corpo em estado de equilíbrio energético, muitas pessoas relatam sensações de introspecção, calma e espiritualidade. Roberto Brandini reforça que, nesse estágio, o jejum passa a ser uma experiência transformadora para quem busca autoconhecimento.

72 HORAS: SISTEMA IMUNE REFORÇADO

Ao atingir 72 horas, estudos apontam que o jejum pode beneficiar o sistema imunológico. A privação de alimentos por três dias pode estimular a renovação celular, com o corpo ativando processos de autofagia — um mecanismo em que células velhas ou danificadas são eliminadas e substituídas por novas.

Essa renovação tem sido relacionada a um fortalecimento geral do organismo, ajudando a prevenir doenças e melhorar a saúde a longo prazo. Contudo, essa prática exige cautela, especialmente para pessoas com condições de saúde pré-existentes.

100 HORAS: RESET TOTAL DO ORGANISMO

O marco de 100 horas é raro e geralmente realizado por pessoas com orientação profissional específica. Nesse ponto, o corpo atinge um “reset” metabólico. Todos os mecanismos anteriormente citados se intensificam, e o organismo alcança um estado de renovação quase total.

A prática prolongada é frequentemente utilizada em contextos terapêuticos e espirituais, mas não é recomendada sem supervisão. Apesar dos benefícios relatados, a segurança deve ser sempre uma prioridade.

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DISCIPLINA E PLANEJAMENTO

jejum intermitente pode ser realizado em qualquer local, uma vez que não exige preparativos complexos, apenas disciplina e planejamento. No entanto, é mais comum entre pessoas que buscam controle de peso, melhoria no desempenho cognitivo ou uma abordagem natural para fortalecer a saúde.

A prática tem ganhado adeptos em academias, centros de saúde e até mesmo entre profissionais que utilizam o jejum para melhorar o desempenho no trabalho. Cada pessoa deve escolher o momento que melhor se adequa à sua rotina, considerando fatores como nível de atividade física e demandas diárias.

A popularidade do jejum também se deve à sua simplicidade: ele não exige dietas complexas nem suplementação, apenas comprometimento e uma compreensão clara dos limites do corpo.

QUAIS SÃO OS RISCOS E CUIDADOS NECESSÁRIOS?

Apesar dos benefícios, o jejum intermitente não é para todos. Gestantes, crianças, pessoas com condições crônicas ou transtornos alimentares devem evitar essa prática sem orientação profissional.

Além disso, períodos prolongados de jejum exigem acompanhamento médico para garantir que o corpo receba nutrientes adequados antes e depois do período sem alimentação. A hidratação também é fundamental para evitar efeitos colaterais, como tonturas e fadiga.

O jejum reúne elementos científicos, espirituais e práticos, tornando-se atraente para um público diversificado. Enquanto cientistas continuam investigando seus efeitos, muitos adeptos relatam transformações pessoais significativas.

Com a orientação adequada, o jejum pode ser uma ferramenta poderosa para alcançar equilíbrio físico, mental e espiritual. O segredo está em entender seus próprios limites e buscar informação confiável antes de iniciar a prática.