A endometriose é uma afecção inflamatória causada por células do endométrio que, ao invés de serem eliminadas, vão para o sentido contrário e ficam na cavidade abdominal ou nos ovários. Estudos indicam que aproximadamente 30% das mulheres inférteis e 15% das mulheres em idade reprodutiva são diagnosticadas com essa doença.
Entre os sintomas mais comuns estão dor e irregularidades menstruais, infertilidade, dor durante as relações sexuais e cólica menstrual. Existem diversos exames laboratoriais capazes de confirmar o diagnóstico, entre eles a Ultrassonografia Transvaginal com Preparo Intestinal (USTVPI).
O exame que também é conhecido por US transvaginal para endometriose, tem como finalidade identificar a presença de endometriose ovariana e localizar e identificar lesões endometrióticas profundas ou infiltrativas (que entram mais de cinco mm abaixo do peritônio) da região retossigmoide, retrouterina e do septo retovaginal. “Esse exame é capaz de mostrar taxa de detecção de 95% para identificação de Endometriose Profunda na região retrocervical e 98% para Endometriose atingindo o retossigmoide”, explica David Pares, responsável pelo setor de ultrassonografia do laboratório Rocha Lima.
O exame dura aproximadamente 20 minutos. Para a realização da USTVPI, é necessário que a paciente realize previamente o “preparo intestinal”, que faz uma redução do resíduo intestinal e facilita na hora de visualizar as estruturas. “Se compararmos os exames de imagem, a ultrassonografia transvaginal pode ser considerado o exame com melhor relação custo-benefício na avaliação inicial da endometriose, e pode fornecer dados importantes”, diz Pares.
Mas a USTVPI não é indicada apenas em casos iniciais da endometriose. Ela também é recomendada em mulheres que realizaram procedimentos cirúrgicos após serem diagnosticadas com endometriose. “O exame é capaz de apontar casos que necessitam de algum complemento operatório, seja por detecção de doença residual, ou pela identificação de complicações relacionadas à cirurgia”, afirma o doutor.
Outro benefício da ultrassonografia transvaginal é que o preparo intestinal elimina o conteúdo fecal, o que facilita a identificação das camadas da parede do intestino e colabora para um diagnóstico mais preciso. As imagens com resoluções superiores também são importantes para localizar pequenos focos da doença.