A busca pela vacina do novo coronavírus, se tornou uma das principais metas dos pesquisadores mundo à fora. Por ter um grande número de casos, o Brasil se tornou um local propício para a realização de testes da vacina. A infectologista da Unicamp, Raquel Stucchi, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica que este tipo de vacina não é produzida com o vírus enfraquecido.
Segundo a infectologista, para este tipo de vacina, a situação do País propicia a realização dos testes. “Nesta vacina, não há o contato com o vírus. Os testes estão sendo realizados com dois tipos de vacina: a que trabalha com o vírus morto ou com material genético do vírus, que vai produzir os anticorpos”, ressalta.
Atualmente, no Brasil, está sendo realizado teste para a vacina chinesa CoronaVac, do laboratório Sinovac, e a ChAdOx1 nCoV-1, de Oxford, adquirida pela AstraZeneca.
Outras doenças como catapora, rubéola, febre amarela e caxumba, por exemplo, já tiveram suas vacinas testadas por meio da introdução do vírus atenuado. Desta forma, o organismo reagiria com a produção de anticorpos. Raquel explica que, nestes casos, os voluntários contraíam uma forma leve das doenças. “Para covid-19, nenhuma vacina vai trabalhar com o vírus atenuado”, ressalta.
“Neste tipo de teste, um grupo de pessoas recebe um placebo. Outro, a vacina contra covid-19 que está sendo testada. Depois, cada um segue a vida normal, sendo monitorado de tempos em tempos. Se ao longo dos meses os que receberam o placebo adoecerem mais, isso significa que a vacina é potente”, completa.
Segundo Raquel, na fase 3 de testes, o risco de alguma complicação para os voluntários é muito baixo, aproximando-se de algo como um em um milhão. “As reações, até agora, têm sido leves. A maior parte não tem tido problema. O que se tem de informação sobre as fases anteriores, no caso do que foi publicado pela Universidade de Oxford em relação ao seu teste, é de que ela se mostrou segura nas fases anteriores. Claro que quanto aumenta a quantidade de testados pode até ter uma reação ou outra mais grave. Mas, em termos de vacina, o benefício é muito maior do que o risco do efeito”, observa.
Os voluntários recebem um acompanhamento de no mínimo três meses. E se apresentar algum sintoma, há um acordo para que as instituições realizam um exame.
*Com informações do Portal R7!