O ator Irrfan Khan morreu na quarta-feira aos 53 anos. Ele enfrentava um tumor neuroendócrino, também conhecido como TNE. Irrfan não é o primeiro famoso a ser diagnosticado com esse tipo de tumor. Os ícones Aretha Franklin, Steve Jobs e o ator brasileiro Duda Ribeiro são alguns dos nomes mais conhecidos que também foram vítimas desse tipo raro de câncer. Mas afinal, o que é um tumor neuroendócrino e por que só ouvimos falar sobre ele em casos de fatalidade?
Os tumores neuroendócrinos (TNEs) são um grupo de tumores incomuns que se desenvolvem nas células do sistema endócrino difuso, responsável pela produção de hormônios em várias partes do nosso corpo que atuam na regulação da atividade dos diversos órgãos. Existem vários tipos de TNEs, incluindo os tumores carcinoides, TNEs gastrointestinais, TNEs pancreáticos e os TNEs pulmonares.
Quando as células neuroendócrinas mudam e crescem de forma incontrolável, os TNEs podem ocorrer. Em casos específicos, os TNEs podem produzir hormônios demais e causar diversos sintomas e complicações. Nestes casos, o paciente apresenta quadro de diarreia crônica, dor abdominal e rubor facial. “Em outros diagnósticos de TNEs funcionantes, sintomas como hipoglicemia, dor de estômago, úlceras gástricas e quadros de diabetes podem indicar uma anomalia”, esclarece o oncologista Dr. André Nebel Mello, gerente médico da Ipsen.
Devido à variedade de comportamentos clínicos, dados da International Neuroendocrine Cancer Alliance (INCA) mostram que uma pessoa pode levar de 3 a 7 anos para ser diagnosticada com TNE, passando por até seis médicos diferentes. “O tempo gasto em encontrar o diagnóstico correto pode ser decisivo para o prognóstico do paciente. A informação sobre os sintomas é importante para que essa descoberta diagnóstico seja feita o mais breve possível”.
Atualmente, a única modalidade de tratamento curativa é a cirurgia. Quando a doença é avançada, não passível de cirurgia, o tratamento tem como objetivo controlar os sintomas causados pela produção de hormônios e também o crescimento do tumor. Entre as terapias disponíveis atualmente se encaixam a quimioterapia, os análogos de somatostatina, terapia com radioisótopos e drogas de alvo molecular, além de estudo clínico com novos medicamentos.
Por ano, são cerca de 2,4 pacientes diagnosticados a cada 100 mil. A maioria dos TNEs ocorrem em pessoas com idade entre 50-60 anos. Atualmente, existem portais específicos sobre a doença, que facilitam o acesso e entendimento de suas características: a página tne.vivendocom.com.br e a fanpage no facebook Vivendo com TNE disponibilizam conteúdos focados nas necessidades dos pacientes que convivem com a patologia, além de informações úteis para o público em geral. Além disso, abre espaço para a interação entre pacientes, grupos de apoio e esclarecimento das dúvidas mais comuns. Com isso, aumenta-se a disseminação de informações relevantes e de qualidade para a sociedade.