Neste Julho Verde, mês dedicado à prevenção do câncer de cabeça e pescoço, um dado divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) merece atenção: 39.550 novos casos da doença devem ser registrados no país em 2023, sendo 560 deles no Espírito Santo.
A boa notícia é que casos como estes têm uma alta taxa de cura, cerca de 90%, se a doença for descoberta nos estágios iniciais e tratada precocemente.
O câncer de cabeça e pescoço é um nome genérico utilizado para englobar uma série de tumores malignos que podem ocorrer na boca, laringe, tireoide, pescoço, cavidade nasal, seios nasais, nasofaringe e órbita. Estes são os tumores mais diagnosticados no Brasil.
A boa notícia é que casos como estes têm uma alta taxa de cura, cerca de 90%, se a doença for descoberta nos estágios iniciais e tratada precocemente.
De acordo com o cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Santa Rita, em Vitória, Evandro Duccini, a intenção da campanha é orientar a população sobre o diagnóstico precoce da doença.
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“A massificação das orientações e informações a respeito dos cuidados, tratamentos e detecção precoce do câncer de cabeça e pescoço ajuda muito a salvar vidas. A população precisa estar cada vez mais consciente de que as chances de cura do câncer são muito maiores para os casos diagnosticados precocemente”, afirmou o especialista.
Estimativas para o Espírito Santo
Até o final do ano estima-se que pelo menos 560 casos da doença sejam diagnosticados no Estado. De acordo com o cirurgião Jeferson Lenzi, os próprios diagnósticos no hospital reforçam esta estimativa.
No ano passado, foram registrados 412 casos de câncer de cabeça e pescoço no Hospital Santa Rita. Foram tumores na cavidade oral, cavidade nasal, seios da face, órbita, laringe e tireoide. Em 2021, o registro foi de 385 novos casos.
Orientação médica
Segundo os médicos, a principal orientação é procurar atendimento caso sintomas apareçam, como desconfortos na região da cabeça, pescoço e boca.
“É de suma importância não descuidar da saúde e procurar uma unidade de atendimento médico sempre que perceber alterações que sugerem uma possível doença. As chances de obter sucesso no tratamento são grandes quando a doença é tratada em sua fase inicial”, recomenda Lenzi.
Como se prevenir
Os profissionais listam uma série de medidas que podem prevenir o surgimento ou o desenvolvimento da doença, como:
Manter uma alimentação saudável
Praticar atividade física regularmente
Ter uma boa higiene bucal
Abandonar o fumo
Evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas
Usar protetor solar
Fatores de risco para o câncer de boca
Dentre os fatores de risco para o câncer da cavidade oral, os especialistas apontam o tabagismo como o maior vilão, seguido do consumo excessivo de álcool e da infecção por HPV.
Tabagismo
Consumo excessivo de álcool
Exposição ao sol sem uso de protetor labial
Infecção por HPV (Papolomavírus Humano)
Tireoide
O histórico familiar da doença é um sinal de alerta, assim como o tabagismo e a obesidade, que podem propiciar o surgimento do quadro ou sua piora.
Dieta pobre em iodo
História de irradiação do pescoço
Radioterapia em baixas doses (principalmente na infância)
História familiar de câncer de tireoide
Obesidade
Tabagismo
Exposições hormonais
Poluentes ambientais
Laringe
O tabaco, novamente, é uma das maiores causas da doença, além de exposição a elementos como pó de madeira e produtos químicos.
Tabaco (cigarros, charutos, cachimbos, narguilés e produtos feitos por rolos)
Consumo excessivo de bebidas alcoólicas
Excesso de gordura corporal
Exposição ocupacional de alguns elementos como pó de madeira, produtos
químicos utilizados na metalurgia, petróleo, plásticos, indústrias têxteis e o
amianto
Principais sintomas
Alguns sintomas como manchas brancas ou avermelhadas na boca, além de nódulos no pescoço podem indicar o surgimento da doença.
Aparecimento de nódulo no pescoço
Manchas brancas ou avermelhadas na boca
Ferida que não cicatriza em duas semanas
Dor de garganta que não melhora em 15 dias
Dificuldade ou dor para engolir
Alterações na voz ou rouquidão por mais de 15 dias
Estimativas por tipo de câncer
Os números estimados para o diagnóstico em homens e mulheres variam, levando-se em conta também o município onde a pessoa mora.
Ao todo, para o câncer de tireoide, estima-se que 90 casos sejam registrados, 20 somente em Vitória. Destes, 10 homens devem ser vítimas, para 80 mulheres.
Já o câncer na cavidade oral deve ser diagnosticado em 360 pessoas, 30 delas residentes de Vitória. O número de homens deve ser de 290, e mulheres, 70.
O câncer de laringe deve atingir 110 capixabas, 10 em Vitória, 100 homens e 10 mulheres.
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