Embora afetem diretamente os músculos, a espasticidade e a rigidez consistem em diferentes alterações, que envolvem as funcionalidades básicas do corpo, como a movimentação, e podem impactar de maneira negativa a qualidade de vida do paciente.
A fisiatra Ligia Cattai, explica que a espasticidade é um sintoma causado pela lesão do primeiro neurônio motor que afeta mais de 12 milhões de pessoas por todo o mundo. “Esses neurônios estão localizados no cérebro e na medula espinhal; a condição não tem cura e se dá a partir de diversos fatores, como acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo craniano ou medular, esclerose múltipla em adultos, e paralisia cerebral, em crianças”.
Segundo a médica os principais sintomas nesse caso são: contrações involuntárias, clônus, dificuldade para regular os movimentos de pernas, pés e braços e mãos, postura incorreta involuntária e dor.
Já a rigidez muscular, sintoma muito presente na Doença de Parkinson, caracteriza-se pela lentidão de movimentos, como a dificuldade de sair da cadeira, de iniciar o caminhar, dando a impressão ou parecendo que o paciente está “congelado”, devagar, lento. Por vezes, a mobilização passiva de uma articulação deixa transparecer uma resistência que cede ao longo de algumas tentativas, lembrando o movimento irregular da roda dentada de uma engrenagem.
Segundo a especialista, ambas as condições possuem aspectos diferentes no membro afetado, sendo que na espasticidade, a condição é caracterizada pela contração involuntária de uma região muscular, causando dificuldades de movimentação e dores. “A patologia pode ser tratada com toxina botulínica, aplicada para reduzira contração muscular, melhorando a mobilidade e qualidade de vida do paciente. Essa forma de tratamento está disponível aos pacientes, inclusive no SUS”, conta a médica.
O cuidado de ambos os sintomas acima descritos deve ser o mais precoce possível, e de preferência multidisciplinar, isto é, envolvendo o médico, o paciente, os terapeutas e o cuidador. Lígia faz um alerta: “caso sinta dificuldade ao se movimentar e dor frequente nos músculos, procure o seu médico especialista para realizar um exame neurológico e indicar o tratamento adequado”.
*Com informações da BCW