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O verão é um período mais sensível em relação aos tratamentos de pele, e o uso de produtos cosméticos clareadores ou redutores de manchas. Contudo, a utilização desses produtos não precisa acontecer única e exclusivamente no inverno. No entanto, o abuso do uso destes produtos com finalidades muito além do recomendado tem ocasionado diversos problemas como queimaduras de pele e reações adversas.
A dermatologista Hellisse Bastos aponta que são necessários cuidados e acompanhamento profissional para obter os resultados esperados e evitar o surgimento de colaterais indesejados: “Os clareadores tipo o retinol e o hidroquinona são fotossensíveis, tanto a luz natural do sol como a luz de casa ou a luz forte de algum procedimento e até mesmo do computador, então aparecem com certa frequência no consultório casos de queimaduras por uso de clareadores. Por isso, é preciso ter uma cautela muito grande, uso correto e prescrição correta para o uso dos clareadores”.
O que pode ser usado no verão
A especialista ressalta que existem formulações próprias para serem usadas no verão, associadas ao uso do protetor solar, que complementam o tratamento. Além disso, através de exames, é possível criar formulações específicas para cada indivíduo. “O ideal é sempre fazer uso deste tipo de cosmético, que atua nas camadas mais superficiais e visíveis da pele, com prescrição médica. No caso dos meus pacientes, peço exames de sangue e a partir deles prescrevo determinadas vitaminas e antioxidantes para evitar o aparecimento de manchas na pele, alergias e reações, o que resulta até em maior eficácia do tratamento com clareadores no verão.
Polêmicas associadas aos clareadores de pele
Países como Vietnam, China e Tailândia, é comum mulheres recorrerem a clareadores de pele que prometem uma pele mais branca, já que nestes lugares, a pele branca é associada, por motivos culturais e regionais, a beleza e ao sucesso.
Contudo, um produto polêmico criado pela cantora nigeriana Dencia, que promete deixar a pele branca, tem gerado grande debate na sociedade, a semelhança do que ocorreu com Michael Jackson na década de 90. A diferença, no entanto, é que a cantora nigeriana não apresenta nenhum histórico de vitiligo ou problema de pele.
A Dra. Hellisse Bastos aponta que, embora este ramo da cosmética seja uma indústria bilionária, o procedimento não é indicado para este uso nem tampouco sem o devido acompanhamento profissional. “ Além de promover um sentimento nocivo de inferioridade por causa da cor da pele, o que é totalmente incorreto, esse tipo de produto é extremamente agressivo para a saúde, podendo trazer erupções cutâneas, queimaduras e lesões permanentes. Nenhum profissional sério irá recomendar o uso indiscriminado dessas substâncias, ainda mais com fins de promover um ideal de beleza que inferioriza as outras etnias”, alertou.