A febre do momento, entre artistas e influenciadoras digitais, são os “olhos de raposa” (fox eyes). Essas técnicas da oculoplástica não apenas estão disseminadas nas ruas e nos perfis digitais, como também são destaques em congressos científicos.
Para Ricardo Morschbacher, Professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, o problema é que o interesse por esses procedimentos nem sempre leva em consideração a anatomia complexa e delicada dos olhos e, por isso, segundo ele, um oftalmologista deve sempre ser consultado, ainda que não seja ele a realizar as cirurgias.
“É fundamental que um oftalmologista seja consultado e faça uma avaliação antes de qualquer intervenção na região. As pessoas deveriam se perguntar: o meu olho está bem para uma cirurgia? Devo fazer um risco cirúrgico sistêmico? Infelizmente, é mais comum a procura por orientações, quando algo dá errado após os procedimentos”, afirma o especialista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular (SBPCO).
De acordo com o oftalmologista, um dos problemas mais comuns, quando algo não sai bem, é a síndrome do olho seco. Quando acontece, o paciente precisa passar por tratamento com colírios, receitados pelo médico.
“Pode haver também problemas de superfície ocular ou até complicações cirúrgicas. Por exemplo, algumas intervenções nas pálpebras podem ocasionar alterações no piscar dos olhos e, se o paciente apresentar problemas para fechá-los, será necessária uma nova cirurgia de correção”, explica.
>>Esse tema está em discussão no 64º Congresso Brasileiro de Oftalmologia (CBO 2020).