Saúde

Estudo americano faz relação de doenças periodontais com o surgimento do Alzheimer

Recentemente foi relatado que a síndrome metabólica e o diabetes tipo II estão também associadas a um aumento da probabilidade do surgimento da doença

Foto: Divulgação / Pexel
Processo inflamatório na boca é visto como fator modificador, que aumenta a progressão do alzheimer. 

Um estudo divulgado por cientistas americanos, trata da possível relação entre doenças gengivais, a periodontite, e o Alzheimer, uma doença degenerativa que destrói as células do cérebro de forma lenta e progressiva, levando a uma atrofia cerebral.

Os reconhecidos fatores de risco da Doença de Alzheimer são: histórico familiar, hipertensão arterial, aterosclerose severa e o fumo. Segundo o dentista especialista em periodontia Umberto Ramos, recentemente foi relatado que a síndrome metabólica e o diabetes tipo II estão também associadas a um aumento da probabilidade de ocorrência do Alzheimer. A inflamação sistêmica causada por doenças inflamatórias como a doença periodontal é elencada como um fator modificador, ou seja, que não tem relação direta com a instalação da doença, porém, aumenta sua progressão, quando presente.

Foto: Camilla Baptistin
Umberto Ramos, dentista especialista em periodontia. 

“A literatura atual tenta estudar os mecanismos envolvidos na associação entre ausência de dentes e aumento no risco de desenvolvimento da demência.  Alguns autores mostram que o número reduzido de elementos dentais é relacionado com a capacidade dos indivíduos de lembrar palavras. Além disso, patógenos periodontais tem sido relatadas no cérebro de pacientes com Doença de Alzheimer em comparação a indivíduos sem ela”, explicou Umberto, que recentemente esteve no Congresso Internacional de Odontologia, em São Paulo. 

Para o especialista, os resultados do estudo demonstraram que em 96% dos cérebros examinados pós-morte, de pacientes que eram portadores da doença de Alzheimer exibiram presença de um patógeno periodontal específico de nome Porphyromonas gingivalis, inclusive com a presença de algumas enzimas que responsáveis pela destruição dos tecidos ao redor dos dentes nos mesmos cérebros. As primeiras publicações científicas ligando as doenças bucais e o mal de Alzheimer têm menos de uma década, a ciência parece estar avançando a passos largos no estudo dessas inter-relações.