Saúde

Estudo associa mortalidade de coronavírus com deficiência de vitamina D

Outras pesquisas internacionais também investigam o papel desta vitamina na prevenção e no tratamento da doença

Foto: Divulgação

Um novo estudo científico publicado por pesquisadores britânicos relaciona a taxa de mortalidade de covid-19 com o baixo nível de vitamina D da população de 20 países da Europa, incluindo Reino Unido, Itália, Espanha e França, que apresentam os maiores números de morte por coronavírus no continente.

“Identificamos uma potencial associação entre os níveis médios de vitamina D em vários países europeus com o número de casos de covid e sua mortalidade”, relatam os pesquisadores Petre Cristian Ilie, Simina Stefanescu e Lee Smith, no estudo “O papel da vitamina D na prevenção de infecção e mortalidade da doença covid-19”, publicado pela Aging Clinical and Experimental Research no início deste mês.

A pesquisa foi motivada pela existência de estudos anteriores que fazem a associação entre os baixos níveis de vitamina D e o maior risco de infecções agudas do trato respiratório, segundo os pesquisadores.

“Nos 20 países europeus avaliados foram detectados na população níveis médios de 22,4 ng/ml, considerados baixos de vitamina D. Segundo os pesquisadores, estudos anteriores já relatavam uma situação mais grave entre os idosos, com níveis de 10,4 ng/ml na Espanha, 11,2 ng/ml na Itália e 18 ng/ml nos países nórdicos. Considerando que a população idosa pertence ao grupo de risco, os níveis desejados seriam de 30-60 ng/ml”, explica o médico Odair Albano.

Outras pesquisas

Como ainda não há nenhum tratamento, medicamento ou vacina contra a Covid-19 os especialistas em vitamina D têm procurado contribuir com estudos científicos sobre o eventual papel deste pré-hormônio, como imunomodulador na prevenção da doença.

Pesquisadores da universidade norte-americana Northwestern também relacionaram a deficiência de vitamina D aos pacientes com os sintomas mais graves da covid-19. A investigação baseou-se em 10 países, incluindo Estados Unidos, China e as nações europeias com maior número de casos confirmados da doença. 

O estudo “os níveis de vitamina D parecem desempenhar um papel nas taxas de mortalidade por covid-19”, publicado este mês pela Science Daily, demonstra uma relação inversa entre os níveis de vitamina D e o PCR (proteína C reativa) marcador da atividade inflamatória. Durante a fase avançada da doença ocorre a chamada “tempestade de citocina”, ou seja, a hiperinflamação e aumento do PCR, causada pela grande atividade do sistema imunológico, como resposta do organismo à ação do coronavírus.

Já pesquisadores da China e da França publicaram artigo recente observando o papel da vitamina D na regulação do sistema renina-angiotensina e recomendam a correção da deficiência da vitamina nas estratégias de prevenção do novo coronavírus.