O câncer de colo de útero é o terceiro mais frequente entre mulheres brasileiras, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). A previsão é de mais de 17 mil novos casos em 2025, reforçando a necessidade do exame preventivo, conhecido como papanicolau, para o diagnóstico precoce.
“Esse tipo de câncer evolui lentamente e pode não apresentar sintomas específicos por um longo período. Quando surgem sinais como sangramentos vaginais ou dores, a doença geralmente já está avançada”, explica a oncologista Juliana Alvarenga.
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A campanha e a prevenção
O Janeiro Verde tem como objetivo conscientizar mulheres sobre a importância de realizar o exame preventivo regularmente, preferencialmente uma vez ao ano.
“O diagnóstico precoce possibilita a identificação do tumor em estágio inicial, com chances de cura próximas a 100%. No entanto, muitas mulheres ainda enfrentam barreiras para acessar o exame ou não buscam o serviço preventivo”, alerta a especialista.
HPV e fatores de risco
A principal causa do câncer de colo de útero é a infecção persistente pelo HPV, uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Estudos apontam que cerca de 80% das mulheres terão contato com o vírus ao longo da vida, mas, na maioria dos casos, a infecção regride naturalmente.
Entretanto, em casos onde o vírus persiste, especialmente subtipos oncogênicos, podem ocorrer alterações celulares que levam ao câncer.
“Além do papanicolau, a vacinação contra o HPV é uma estratégia essencial na prevenção da doença. Disponível no Brasil desde 2014, a vacina ajuda a proteger contra os tipos mais perigosos do vírus”, destaca Juliana.
Embora o uso de preservativos seja fundamental na proteção contra ISTs, eles oferecem proteção parcial contra o HPV, já que a transmissão pode ocorrer pelo contato direto com a região genital.
Tratamento e combate
O tratamento para o câncer de colo de útero depende do estágio da doença, idade da paciente e outros fatores, podendo incluir cirurgia, radioterapia ou quimioterapia.
Lesões precursoras, que indicam um potencial de evolução para o câncer, podem ser tratadas de forma mais simples, em nível ambulatorial.
Com foco na conscientização, o Janeiro Verde busca reduzir o impacto desse câncer silencioso, que pode ser prevenido e tratado com eficácia quando diagnosticado a tempo.