Saiba como sair da dependência dos óculos de grau após a cirurgia de catarata

A catarata é uma doença que acomete a lente natural do olho, chamada cristalino. A enfermidade deixa o cristalino opaco, impedindo que a luz passe corretamente.

Basicamente, a nitidez das imagens fica prejudicada, e tudo começa a ficar sem foco, inicialmente comprometendo a qualidade da visão e, com a evolução, a quantidade.

O oftalmologista e cirurgião do Hospital de Olhos Capixaba (HOC), Cesar Fracalossi Barbieri, que também é membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Catarata e Refrativa, explica que, a partir dos 40 anos, o cristalino começa a sofrer uma mudança na sua elasticidade e transparência, o que podemos chamar nos dias atuais de “disfunção do cristalino”, o estado precursor da catarata propriamente dita.

Respeitando as diretrizes do Conselho Federal de Medicina, é cada vez mais comum realizar a cirurgia mais precocemente, uma vez que, além da remoção da catarata para tratar a opacidade, pode-se fazer a correção do grau e reestabelecer a visão em todas as distâncias: longe, intermediário e perto. Por isso, a cirurgia tem cada vez mais uma finalidade refrativa (correção de grau).

Com isso, as pessoas voltam a exercer suas atividades com menor ou nenhuma dependência dos óculos. “O objetivo sempre é reduzir ao máximo o uso dos óculos, porém eles poderão ser necessários de forma complementar para a leitura de letras muito pequenas, como rótulos, ou para pessoas que exercem atividade de precisão, como bordados ou pintura”, ressalta.

Segundo Barbieri, a cirurgia é indolor, rápida e o paciente tem um breve reestabelecimento das atividades rotineiras, como dirigir, usar o computador e o celular e assistir à TV. “O maior cuidado pós-operatório é evitar o risco de contaminação e trauma no olho operado”, orienta o especialista.

“Toda segurança e bons resultados são possíveis hoje graças às tecnologias com que contamos não somente no pré-operatório, mas também com exames precisos para uma boa indicação de qual a melhor lente, ou sua contraindicação, mais as limitações de cada paciente, além dos equipamentos cada vez mais sofisticados, como os que possuímos no HOC, que são usados no ato cirúrgico”, enfatiza Barbieri.

A cirurgia de catarata ganha segurança, precisão e refinamento a mais com o uso do laser de femtossegundo. Esse equipamento realiza importantes etapas da cirurgia, como incisão, acesso à catarata e fracionamento do cristalino. Consequentemente, por não usar bisturi, permite uma incisão fechada minutos depois da cirurgia e, com isso, menos risco de infeção, melhor posicionamento da lente intraocular e menor energia para a remoção do cristalino, o que aumenta a segurança e a previsibilidade com resultados mais precisos.

Cesar Fracalossi Barbieri explica que hoje há lentes excelentes capazes de reduzir bastante a dependência dos óculos, mas nem todas a pessoas podem usá-las. “É necessário uma completa avaliação oftalmológica, e o paciente precisa atender alguns pré-requisitos, como ter olhos saudáveis e sem nenhum problema ocular associado, como de superfície ocular, córnea ou retina. Também é fundamental conhecer o estilo de vida do paciente e suas expectativas”, pontua.

A cirurgia de catarata com finalidade refrativa, além de contribuir para a melhora da visão e qualidade para a redução da dependência dos óculos de graus, proporciona pequenos benefícios da vida social do paciente, promovendo bem-estar e qualidade de vida. “É muito gratificante devolver às pessoas a qualidade da visão e a independência dos óculos”, enfatiza o oftalmologista do HOC.