Saúde

Excesso de remela nos olhos pode ser sinal de infecção ocular

O primeiro sinal de alerta surge logo cedo, ao acordar, que é quando notamos um muco branco ou amarelado excessivo nos cantos internos dos olhos

Foto: Divulgação
Recomendação é evitar ao máximo colocar as mãos nos olhos para retirá-la. 

Várias são as doenças das vistas que provocam a excessiva produção de remela, entre elas estão as conjuntivites, infecções na córnea, pálpebra, canal lacrimal entre outras. A remela é a sobra de lágrima contendo poeira e gordura que foi cristalizada durante o período do sono, que é quando ficamos muito tempo com os olhos fechados. Até aí, tudo bem! 

O problema começa quando essa mucosidade é produzida em excesso, e ainda traz com ela sintomas como vermelhidão e incômodo nos olhos. Esses sintomas são característicos de algumas doenças que acometem os olhos e devem ser tratadas por um oftalmologista para que não prejudiquem a visão.

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Cesar Ronaldo Gomes Filho. 

De acordo com a médico do Hospital de Olhos de Vitória, Cesar Ronaldo Gomes Filho, algumas doenças, como as conjuntivites, ceratites, a síndrome do olho seco; a dacriocistite, que é a inflamação do canal lacrimal; a blefarite, que é a inflamação das pálpebras e a uveíte que é a inflamação da úvea (que corresponde à parte do olho que é formada pela íris), são doenças que atingem os olhos que podem levar a problemas muito maiores e até mesmo a perda da visão caso não sejam tratadas.

Seja qual for a causa da produção da “remela”, a recomendação é evitar ao máximo colocar as mãos nos olhos para retirá-la, pois as mãos podem estar sujas e agravar ainda mais o quadro infeccioso.

“A infecção ocular geralmente apresenta sintomas bem característicos como vermelhidão dos olhos, excesso de lágrimas e de remelas, dor ou sensação de queimação, além de inflamação ao redor dos olhos, que ficam mais inchados quando o caso já está em fase mais avançada”, disse o oftalmologista.

É muito importante manter as mãos limpas frequentemente, e também evitar compartilhar objetos de uso comum, como toalhas de mão e rosto, óculos de sol, fronhas e travesseiros. “A conjuntivite é uma das principais causas de aumento da produção de remelas durante o dia e corresponde à inflamação da membrana que reveste os olhos e as pálpebra, a conjuntiva. Esse tipo de problema se dá devido a infecção ser provocada por vírus, fungos ou bactérias. É bastante contagiosa e pode ser facilmente passada de pessoa para pessoa, principalmente se houver contato direto com as secreções ou objetos contaminados”, disse Cesar.

A dacriocistite é a inflamação do canal lacrimal que pode ser congênita, como acontece com alguns bebês que nascem com o canal bloqueado. Também pode ser um problema adquirido no decorrer da vida, e até ser ocasionado como consequência de alguma doença pré-existente, fraturas na região do nariz e até após uma plástica no nariz, a rinoplastia, por exemplo.

“Nesse caso, da dacriocistite, além da presença de remelas em maior quantidade sempre acontece. É comum haver vermelhidão e inchaço nos olhos, aumento da temperatura local e febre, isso porque a obstrução do canal lacrimal pode favorecer a proliferação de alguns microrganismos, piorando a inflamação. O tratamento vai desde a simples limpeza, massagem no canal lacrimal, até a cirurgia, vai depender da necessidade de cada um”, disse o médico.

A oftalmologista Klícia Molina disse que a blefarite é também uma comorbidade que está relacionada ao aumento na produção de remela.  Trata-se da inflamação da pálpebra devido à alteração nas glândulas de Meibomius, que são glândulas presentes nesta região. Elas são responsáveis por manter a hidratação dos olhos. O tratamento é realizado com compressas e uso de colírios específicos.  Sobre a uveíte, que é a inflamação da úvea, parte do olho que é formada pela íris, corpo ciliar e coróide, a médica disse que normalmente elas acontecem devido a presença de doenças infecciosas ou como consequência de doenças autoimunes.

“As uveíte, além da presença de remela geralmente vem acompanhada de aumento da sensibilidade à luz, olhos vermelhos, visão embaçada e aparecimento de moscas volantes, que são manchas que surgem no campo de visão de acordo com a movimentação dos olhos e intensidade da luz no local”, disse Klícia. Nesses casos é muito importante consultar o oftalmologista sempre que surgirem os primeiros sinais e sintomas de uveíte, essa é melhor maneira de evitar complicações e aliviar os sintomas.

Ronaldo Filho ainda falou sobre a ceratite, que é uma inflamação da parte mais externa do olho, a córnea, que pode ser causada por fungos, bactérias e até parasitas. “Esse tipo de inflamação é bastante relacionado ao uso incorreto das lentes de contato”, disse. O tratamento para casos iniciais geralmente é realizado com o uso de colírios específicos. Mas é importante lembrar que também existem colírios antibióticos e todos eles só devem ser utilizados com prescrição médica.