Outubro é considerado o mês mundial de combate à obesidade. No dia 11, é celebrado o Dia Mundial da Obesidade, data importante para conscientizar a população sobre os perigos da doença. O que muita gente não sabe é que, além da alimentação inadequada e falta de exercícios físicos, existem outros fatores que contribuem para o aumento da epidemia de obesidade. São eles: fator genético, má qualidade do sono, iluminação artificial noturna de televisores e celulares, uso de antibióticos na gravidez e na infância, e até mesmo a temperatura ambiente.
De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2018, do Ministério da Saúde, a prevalência da obesidade voltou a crescer no Brasil. Sobre esse índice, houve aumento de 67,8% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. O Brasil nos últimos três anos apresentava taxa estáveis da doença. Desde 2015, a prevalência de obesidade se manteve em 18,9%.
“A obesidade é uma doença complexa, causada por vários fatores que vão muito além da teoria comer mais e gastar menos, e, portanto, não é simples de ser tratada. O aumento de sua prevalência contribui para o aumento do número de casos de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e vários tipos de câncer, que levam à redução da expectativa de vida, alertou a endocrinologista Flavia Tessarolo.
Fatores ambientais
Indo muito além dos fatores genéticos, os fatores ambientais causadores da doença são rotineiros e pouco conhecidos pela população. É o caso do uso de antibióticos na gravidez e na infância aliadas ao menor aleitamento materno. “Esses casos alteram a microbiota intestinal, que é o conjunto de micro-organismos que vivem em nosso intestino. Além disso, alteram a distribuição da gordura corporal”, explicou Flavia Tessarolo.
Os chamados disruptores endócrinos, que são substâncias presentes em recipientes plásticos, também são causadores de obesidade. Ingeridos com facilidade no dia a dia, podem facilitar a deposição de gordura e dificultar a sua mobilização.
“Má qualidade do sono, iluminação artificial noturna com o uso de telas à noite, de celulares e televisão, interferem na produção de hormônios que controlam o apetite, saciedade e gasto energético, levando ao aumento do apetite e redução do metabolismo basal”, alertou a especialista. Até a temperatura ambiente estável devido ao uso de ar condicionado parece estar implicada.
Até a temperatura ambiente estável devido ao uso de ar condicionado parece estar implicada. Isso ocorre porque o corpo não precisa se ajustar as diferenças de temperatura ambiente, o que leva a redução do nosso gasto calórico. Além disso, em temperaturas confortáveis, comemos mais.