Neste mês de maio, em que é celebrado o Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher (28), o Instituto Trata Brasil divulgou estudo da série “O Saneamento e a Vida da Mulher Brasileira”, que demonstra que elas são mais vulneráveis que os homens aos problemas de saúde causados pela falta de saneamento.
O estudo indica que, se houvesse universalização dos serviços de água e esgoto, a ocorrência de doenças ginecológicas seria reduzida em 63,4 pontos percentuais no País. Mas esses não são os únicos problemas de saúde que podem ser causados pela falta de acesso à rede geral de tratamento de esgoto. Os esgotos a céu aberto também facilitam a transmissão da dengue, esquistossomose e leptospirose, por exemplo.
No Espírito Santo, nos municípios atendidos pela Cesan, o abastecimento de água está disponível para toda a população urbana desde 2009 e hoje, 86,7% da população feminina tem acesso à rede de esgoto. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 460 mil mulheres não contam com coleta de esgoto, e mais de 74 mil chegaram a ser acamadas por doenças causadas pela água não tratada e contaminada.
A pesquisa constatou ainda que, no Brasil, mais mulheres chegaram a se afastar das atividades cotidianas por sintomas como diarreia ou vômito, diretamente ligados à falta de saneamento. A população feminina respondeu por 62,6% do total de dias de afastamento enquanto a masculina respondeu por 37,4%. É fato que, quanto maior o acesso à coleta de esgoto e à água tratada, menor a probabilidade de afastamento por doenças de veiculação hídrica.
No Espírito Santo, a cada mil mulheres, 292 se afastaram dos afazeres do dia a dia em algum momento daquele ano, com os sintomas mencionados. Esses números, entretanto, estão em queda. Levantamento do Trata Brasil demonstrou que, de 2012 a 2019, a Serra registrou queda de 39% na taxa de internações por doenças de veiculação hídrica, além de redução nos gastos com saúde pública.
R$ 500 milhões em investimentos até 2025
Com o objetivo de alcançar 100% de cobertura nos municípios em que atua, promovendo um ambiente saudável, o Grupo Aegea, que é parceiro privado da Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan), está à frente do esgotamento sanitário da Serra, Cariacica e Vila Velha.
Somente na Serra, a empresa está investindo mais R$ 500 milhões no tratamento até 2025, incluindo todo o processo de modernização das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), conclusão das obras de expansão do sistema de coleta, instalação de novas estações elevatórias e outras ações.
Chegar ao alcance total da rede requer trabalho e recursos, mas é possível. Nos últimos sete anos, a cobertura de esgoto na Serra saltou de 58% para 90%. A cidade está na lista das 60 em todo o País que têm 90% da população ou mais com acesso ao saneamento básico.
Saiba mais
· Algumas Estações já passaram por processo de modernização, como a ETE Manguinhos – que se tornou a mais eficiente do Espírito Santo – e a ETE Serra Sede.
· Juntas, as unidades receberam cerca de R$ 15 milhões em investimentos. As duas ETEs tratam 438 milhões de litros de esgoto por mês, beneficiando quase 100 mil pessoas.