Saúde

Fumantes têm o dobro de chances de desenvolver câncer de rim

Estudo revela que começar a fumar na adolescência pode ser um dos fatores associados à morte por câncer de bexiga e de rim na vida adulta

Foto: Divulgação

O câncer de rim, geralmente, não apresenta sintomas no início do quadro, mas alguns hábitos podem servir de alerta para a consulta médica, principalmente para os fumantes. Uma pesquisa americana sobre a associação entre tabagismo e morte por doenças geniturinárias, revelou que 5,6% dos voluntários do grupo dos tabagistas morreram em decorrência do tabagismo, em comparação com 3,1% dos que não eram fumantes. 

O estudo contou com a participação de mais de 490 mil pessoas e foi conduzida entre 1993 e 2005 pelo departamento de farmacologia do Hospital Presbiteriano de Nova Iorque.  

Entre os que morreram de câncer de bexiga, rim e próstata, 62%, 58% e 62%, respectivamente, eram fumantes. Outro achado do estudo, publicado no The Journal of Urology, aponta que começar a fumar na adolescência pode ser um dos fatores associados à morte por câncer de bexiga e de rim na vida adulta. 

O principal tipo de câncer que pode atingir o rim -que corresponde a 75% dos casos – é o carcinoma de células claras. No Brasil, a incidência estimada desse tipo de câncer é de 7 a 10 casos para cada 100 mil habitantes e o prognóstico depende, dentre outros fatores, da idade do paciente e da rapidez em se diagnosticar e tratar a doença. Além do tabagismo, pessoas acima do peso têm maior risco de desenvolver câncer renal, pois a obesidade pode causar alterações hormonais, favorecendo o aparecimento da doença. Pressão alta também é um fator de risco para câncer renal, mesmo que o indivíduo mantenha o controle com remédios.

Diagnóstico

Os médicos se utilizam de alguns tipos de exames para diagnosticar o câncer renal, que incluem histórico familiar, exames laboratoriais e de imagem. Quando detectado, cerca de 30% dos casos já se apresentam em estágio avançado. O câncer de rim é o 12º tipo mais comum no mundo, sendo mais prevalente entre os homens e a idade média do diagnóstico do câncer renal é 64 anos.

Uma pesquisa realizada no Brasil com 1.885 voluntários apontou que a alta prevalência de fatores de risco para a insuficiência renal crônica e a conscientização inadequada da população sobre esse tipo de câncer contribuem para a detecção tardia da doença: 45% dos indivíduos da amostra receberam o diagnóstico em estágios 4 ou 55. Nesse grupo, metade dos pacientes faz hemodiálise regular, e chama a atenção que um terço não considera a doença controlada, ressaltando a urgência de ampliar a orientação e a adesão às medidas de controle. Isso pode ajudar a explicar também o significativo índice de hospitalizações (70% dos pacientes foram internados alguma vez), bem como o impacto da doença na qualidade de vida.

Pacientes diagnosticados no estágio 1 da doença apresentam uma sobrevida de 81% em cinco anos, quando comparado a 8% no caso dos pacientes que receberam o diagnóstico em estágio 4. Dependendo do estágio da doença, o médico poderá combinar diferentes tipos de tratamento, realizados por uma equipe multidisciplinar, o que poderá contemplar cirurgia, terapia-alvo, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e imuno-oncologia.