Na última terça-feira (25), nasceu em Fernandópolis, região do interior paulista, gêmeas siamesas. Este é o terceiro caso da condição rara no Brasil, o primeiro aconteceu em outubro do ano passado, também em São Paulo e as crianças foram separadas com sucesso.
Quase uma semana depois do nascimento, as gêmeas seguem internadas na UTI do Hospital da Criança de São José do Rio Preto. Elas nasceram ligadas pelo tronco, mas possuem 4 pulmões, dois corações e duas colunas vertebrais distintas.
A mãe, de 21 anos, descobriu que as crianças eram siamesas aos 6 meses de gestação, quando foi alertada que a gestação era de risco. O hospital não informa o atual estado de saúde dos bebês.
Cuidados
Para o neurocirurgião Hélio Machado, que liderou a equipe médica que separou, com sucesso, as primeiras gêmeas siamesas do Brasil, no ano passado, a separação de gêmeas siamesas deve ser decidido nos primeiros anos de vida, porque o compartilhamento e a dependência dos órgãos se tornam muito maior uma da outra ao longo do tempo.
Segundo o especialista o primeiro passo é a realização de exames minuciosos de imagem com o objetivo de avaliar a situação dos órgãos, seu funcionamento e a dependência das crianças de cada órgão. Uma vez decidida a separação, se inicia uma outra etapa de reconstrução dos órgãos em 3D, para que sejam analisados quais serão os pontos de secção.
Assim que os bebês nascem não é o melhor momento para a cirurgia de separação. “É melhor um pouco mais tarde, em torno de 1 ano e meio para 2 anos, quando suportam melhor uma cirurgia. Mas a avaliação deve ser iniciada logo após o nascimento”, afirma.
Cenário brasileiro
Recentemente o país avançou nesse tipo de cirurgia, com dois casos de sucesso. O procedimento era até então inédito na América Latina.
O primeiro foi a separação de Maria Ysadora e Maria Ysabelle, de 2 anos, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, em outubro do ano passado. O segundo foi de Mel e Lis, aos 10 meses de idade, no Hospital da Criança de Brasília José Alencar, em Brasília, em abril deste ano. Em ambos os casos, as crianças tiveram alta hospitalar em pouco mais de um mês.
“Caso não seja possível a separação das gêmeas ligadas pelo tronco, há muitos relatos de pacientes que chegaram à idade adulta com vida normal”, afirma.
Um caso semelhante é o das gêmeas siamesas norte-americanas Abigail e Brittany Hensel, 29. As jovens são unidas pelo tronco com a duplicação de alguns órgãos e divisão de outros. Elas vivem normalmente e costumam aparecer na mídia. Participaram do programa de Oprah Winfrey e já estrelaram um reality show nos Estados Unidos.
Com informações do Portal R7!