Saúde

A maioria das anemias não tem relação com a qualidade dos alimentos ingeridos

Anemias são classificadas em carenciais, hemolíticas e doenças crônicas, é preciso diagnosticar o tipo certo para tratamento

Foto: Divulgação
O diagnóstico é importante para detectar a anemia e qual o melhor tratamento. 

É comum escutar as pessoas fazendo relação com o surgimento da anemia devido a “falta” de comida. No entanto, a grande maioria das anemias, não têm relação com a quantidade ou mesmo com a qualidade da comida ingerida. Classificando de forma simples, as anemias estão divididas em três grupos: as carenciais, as hemolíticas e aquelas associadas a inflamações ou doenças crônicas. 

Em todos os casos, os sintomas mais comuns são fraqueza e sonolência. Mas, o tratamento vai depender da classificação e pode ser feito com reposição de ferro, ou até de vitaminas. A hematologista, Flávia Xavier explica que é comum as pessoas acharem que o surgimento da anemia está diretamente relacionado à alimentação. 

“Varia muito. Se a pessoa tem uma dieta pobre em ácido fólico, pobre em vitamina B12 ou pobre em ferro ela está realmente suscetível a ter essas anemias carenciais. No caso da falta de ferro, a principal causa no mundo não é comer pouco e sim, é a causa menstrual. Então nas mulheres, jovens principalmente, quando associa com gestação, amamentação que são estados que consomem mais ferro também, essas mulheres tendem a fazer anemia. Então a principal causa é por perda menstrual”, explicou a hematologista. 

Segundo a especialista, a anemia do tipo ferropriva também pode ocorrer em crianças que estão tendo estirão de crescimento e as vezes não comem direito. “Já a anemia por falta de ferro quando ocorre nas pessoas mais velhas – em homem ou mulher, pode ser por doenças que dificultam a absorção, como doenças celíacas. O H. Pilori – que é aquela bactéria que gosta de ficar no estômago e também atrapalha a absorção do ferro, mas principalmente perdas ocultas”, explicou. 

Mas não é só pela falta de ferro que existem as anemias carenciais. Elas podem estar relacionadas à falta de vitamina B12 e ácido fólico, que junto com o ferro, fazem parte do combustível necessário para que a medula óssea produza as células do sangue, conhecidas como hemácias ou eritrócitos. 

“Tanto a anemia por falta de B12 quanto por ácido fólico, fazem com que a hemácia fique maior, fique grande e atrapalha a formação do DNA dessas células. A causa principal de falta de ácido fólico aí sim seria a dieta. A gente tem um estoque curto – em torno de 3 meses. E no caso da B12, vem principalmente de alimentos animais – então quem é vegetariano estrito pode ter deficiência de B12. Quem tem alterações do estômago – principalmente dessa parte das células parietais ou cirurgia bariátrica por exclusão também pode ter deficiência de B12. Então você vê que nem toda anemia você trata repondo o ferro. E nem em toda anemia que você repõe o ferro ele é absorvido. Então, tem que saber também se não é um déficit de absorção”, finalizou a especialista. 

Com informações da Agência do Rádio