A gripe pode estar associada a muito mais do que os sintomas comuns como febre alta, congestão nasal e fadiga. Segundo estudo publicado no New England Journal, a doença pode aumentar em até seis vezes as chances de ataque cardíaco durante a semana após a contaminação pelo vírus. Para as pessoas com 65 anos ou mais, o perigo é ainda maior, pois mesmo meses após a recuperação dos sintomas da gripe, o indivíduo ainda pode ter um risco maior de sofrer ataque cardíaco, derrame ou outros problemas cardiovasculares.
Tal aumento ocorre em função da inflamação dos músculos do coração e consequente maior risco de formação de coágulos sanguíneos, responsáveis pela ocorrência de diversos problemas cardiovasculares. Nos idosos, a gripe está relacionada a seis das 10 principais causas de hospitalização e pode evoluir, inclusive, para o óbito. A maioria das mortes por influenza sazonal é registrada nesse público, especialmente em não vacinados.
Prevenção
A vacinação é a melhor alternativa para se prevenir, podendo ser feita tanto na rede privada quanto pública. Nas clínicas particulares, há duas vacinas contra o vírus influenza: as trivalentes e as quadrivalentes. As trivalentes protegem contra três tipos de vírus, enquanto as quadrivalentes oferecem proteção mais ampla, pois contém um vírus a mais, protegendo contra quatro tipos. O sistema público de saúde, porém, oferece apenas a vacina trivalente.
Recentemente, foi aprovada pela Anvisa uma vacina desenvolvida exclusivamente para a população acima dos 65 anos. Nesta população, a vacina apresentou-se 24,2% mais eficaz na proteção contra a gripe em comparação à vacina contra influenza trivalente aprovada atualmente no Brasil.
“O Brasil tem uma população idosa crescente que precisa se proteger contra a gripe. O cuidado com esse grupo, especialmente para influenza, é uma necessidade notada há algum tempo e agora muitos serão beneficiados”, pontua Hubert Guarino, diretor geral da Sanofi Pasteur.
Adultos a partir de 65 anos são, particularmente, mais vulneráveis a complicações associadas ao vírus Influenza, o que significa que a resposta de anticorpos após o recebimento da vacina tradicional contra a gripe nessa população é mais baixa do que em adultos. A nova vacina aguarda definição de preço da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) para ser distribuída para clínicas particulares de todo o país.