As estatísticas do número de idosos a morrerem por causa do Coronavírus, os fatores de riscos que os colocam em perigo e o alto índice de idosos nas ruas vêm preocupando as autoridades e órgãos de saúde, classificando o público como grupo de risco durante a pandemia.
O psicanalista Fabiano de Abreu pesquisa e analisa o comportamento das pessoas, principalmente na terceira idade. “A quarentena é algo novo para todos nós, esta geração não viveu nada parecido. Neste momento, muitos dos instintos que estão no inconsciente estão sendo expostos no nosso consciente. Os comportamentos passam a ser diferentes do que estamos acostumados e então, chamam a atenção para uma análise”.
O psicanalista então, analisou o motivo para os idosos não temerem a doença e não respeitarem a quarentena.
“Refleti sobre as possibilidades, avaliei probabilidades e refleti cognitivamente sobre os idosos que convivo para chegar a tais decisões. 5 fatores implicam para essas ações por parte dos da melhor idade”:
1 – Noutro prisma – Os idosos retiram-lhes importância e acham que exageramos. Eles pensam isso pois já viveram muito e já ultrapassaram tanto que não vêem as coisas pelo mesmo prisma.
2 – Consciência alternativa – Os idosos não tem a mesma consciência. A razão se perde numa mente mais envelhecida e pode distorcer um pouco a realidade.
3 – Proximidade do fim – Ao estarem mais próximos do fim, o instinto de sobrevivência surge de forma diferente dos mais novos e a alternativa é a busca. Por isso saem de casa.
4 – Segurança – As ruas mais vazias dão um ar de segurança e logo querem aproveitar este momento.
5 – Falta de acontecimentos – Se chegaram nesta idade é porque passaram por muitas coisas, são muitas experiências e não tiveram acontecimentos tão catastróficos a ponto de os segurarem em casa.
Fabiano finaliza dizendo que temos que protege-los pois, os idosos, são a esperança de um futuro melhor. “Precisamos da experiencia deles, das suas histórias, da calma em resolver as coisas. Precisamos do exemplo deles para evitar as falhas, portanto, precisamos preservá-los, tomar conta. Um dia também nós seremos velhos e, portanto, é a altura ideal para dar o exemplo para os mais novos ou estaremos perdidos quando envelhecermos”.