Saúde

Hipertermia, desidratação: entenda riscos para crianças presas em carros

Estudos apontam que, mesmo em climas moderados, a temperatura interna de um carro pode colocar a vida dos pequenos em perigo. Entenda

Foto: Reprodução/Freepik @rawpixel.com

Na noite desta quinta-feira (21), um bebê de 1 ano e 4 meses morreu após ser esquecido dentro de um carro pelo pai, em Linhares, no Norte do Espírito Santo. Ele chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu. 

Situações como essa são potencialmente perigosas principalmente para crianças e bebês. Além de serem incapazes de se desvencilharem desta condição, quebrando um vidro da janela de veículo, por exemplo, sofrem com os efeitos das altas temperaturas do espaço fechado.

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Mas o que é a hipertermia? O que acontece com o organismo ao ser exposto a um calor intenso em um lugar sem circulação de ar? Quanto tempo uma criança ou um bebê consegue resistir em um ambiente assim?

Segundo Rodrigo Neves, médico, estudos já apontaram que, mesmo em climas moderados, a temperatura interna de um carro pode colocar a vida dos pequenos em perigo.

“Quando expostas a altas temperaturas, as crianças estão suscetíveis a uma série de efeitos adversos. A hipertermia pode resultar em desidratação, exaustão térmica e, em casos extremos, falência de órgãos. O corpo das crianças é mais vulnerável a mudanças bruscas de temperatura, tornando essas situações especialmente perigosas”, destaca.

Um outro ponto importante, destacado por Rodrigo, é que os bebês, em particular, são ainda mais suscetíveis ao calor nessa situação devido à sua alta proporção de água corporal.

“Com cerca de 75%-78% de água, em comparação com os adultos que têm aproximadamente 60%, os bebês podem desidratar mais rapidamente. Sua incapacidade de regular eficientemente a temperatura corporal aumenta ainda mais os riscos associados à hipertermia”.

Tempo de resistência: até 20 minutos

O médico alerta que é preciso pouco tempo, minutos apenas, para que a temperatura dentro de um carro atinja níveis de risco. “Crianças têm uma menor capacidade de regular a temperatura corporal, e mesmo períodos curtos em um ambiente fechado e quente podem desencadear consequências graves. O tempo de resistência varia, mas raramente ultrapassa 15 a 20 minutos”.

Agravantes

Não apenas as altas temperaturas do ambiente são perigosas. O médico lembra que a idade da criança, a umidade e a exposição direta ao sol também contribuem para agravar a hipertermia.

“É vital educar os pais e responsáveis sobre os riscos associados a deixar crianças em carros fechados, promovendo hábitos seguros. Alertas visuais, lembretes em veículos e campanhas de conscientização são ferramentas essenciais para combater esse perigo silencioso”, disse o médico.

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