Dois dos 1.095 pacientes que aguardam por um transplante de córneas no Espírito Santo passam agora por uma novo momento. Na última terça-feira (2), um doador proporcionou esperança para essas pessoas por meio da captação de córnea, a primeira realizada no Hospital Dório Silva em 2024.
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Atualmente no estado, além de córneas, sete pessoas estão na fila de transplante por um coração, 35 por um fígado e 1.209 por um rim. Os dados são da secretaria de Estado da Saúde.
“A doação de órgãos é um ato de amor e generosidade para com o próximo. Meu sincero agradecimento a essa família doadora”, destacou a coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo (CET-ES), Maria Machado.
Segundo a enfermeira da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), do Hospital Dório Silva, Jeyse Pedrete de Oliveira Silva, o acolhimento à família por parte dos profissionais e o respeito ao tempo se fazem importante no momento da doação de órgãos.
“Só depois de realizado o acolhimento, é que começamos o processo de entrevista com o familiar, explicando o passo a passo para a doação e como tudo é realizado. A permissão para a doação é do familiar, por isso é muito importante quando as pessoas conversam em vida sobre isso e os familiares já sabem o desejo daquele ente querido”, frisou Jeyse Pedrete.
A enfermeira disse ainda que, por meio da atitude solidária, a família poderia ajudar quem aguarda, ansiosamente, por um transplante. “É um gesto de amor, de solidariedade, de empatia e, acima de tudo, extremamente nobre. Reafirmamos que a pessoa que vai receber essa córnea terá a possibilidade de enxergar o mundo. Nesse momento de profunda tristeza receber um ‘sim’ é realmente um ato extremo de amor ao próximo. E isso envolve toda uma equipe comprometida na dor da família pela perda e na alegria de alguma pessoa que vai voltar a enxergar”.
Saiba como deixar seu desejo de ser doador de órgãos em vida
1. Converse com a sua família: informe e discuta com sua família sobre esse desejo. No Brasil, apenas com o consentimento da família é viável dar continuidade a essa decisão. Não é eficaz deixar registros por escrito ou formalizar em cartório. A autorização, nesse caso, deve ser concedida pelos familiares.
2. Autorização pode ser dada por um familiar de 1º ou 2º grau: por isso a importância do diálogo em vida, deixando esse desejo claro para que os familiares não fiquem em dúvida, em um momento de tristeza e dor, quanto a essa decisão.
Com essa conversa em vida, você estará ajudando alguém que está aguardando a doação de um órgão e que ficará imensamente grato e contribuindo para diminuir a lista de espera por um transplante.
Lembre-se: a doação de múltiplos órgãos acontece quando há morte encefálica e, nesse caso, o protocolo de etapas para identificar um paciente nessas condições é extremamente rigoroso e seguro.
Quando o diagnóstico fecha, essa pessoa é um potencial doador de órgãos. No caso de o coração parar, apenas as córneas podem ser doadas.
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