Inscrito na pesquisa “Coalizão COVID Brasil”, O Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV), vai participar da quarta etapa, que consiste em um ensaio clínico randomizado com uso do anticoagulante rivaroxabana em pacientes infectados pelo novo coronavírus (SARS-CoV2). O projeto, iniciado em março deste ano, reúne centenas de hospitais do Brasil a fim de potencializar estudos sobre medicamentos de combate à covid-19.
“É um anticoagulante conhecido pela eficácia no tratamento de trombose e embolia pulmonar, pois possui pouco potencial de interação com outros alimentos e medicamentos. como a covid-19 gera um estado de hipercoagulabilidade, sob risco de eventos tromboembólicos graves e aumento da mortalidade dos pacientes, o tratamento com a rivaroxabana será avaliado para analisarmos a sua eficácia”, explica a coordenadora do Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação do HEVV, Ana Carolina Simões Ramos.
De acordo com a especialista, a medicação pode inibir a formação de trombos e embolias pulmonares causados pelo coronavírus, podendo reduzir os riscos de agravamento e contribuindo com a melhora no quadro clínico respiratório. Os pacientes da unidade que fizeram adesão por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido receberão a medicação nos próximos dias.
“O estudo vai dividir os pacientes em dois grupos: controle e intervenção. O primeiro vai realizar o tratamento padrão com doses profiláticas de anticoagulantes. Já os pacientes do segundo grupo receberão doses maiores de anticoagulação plena”.
A expectativa do estudo é abranger 600 pacientes dos hospitais inscritos em todo o País. Após o tratamento com a medicação, os dados serão analisados e comparados. Se comprovada a eficácia, os resultados serão publicados e passam a fazer parte dos protocolos clínicos adotados no mundo.
“O papel do nosso hospital é contribuir com uma amostragem de participantes do estudo no Espírito Santo para obtenção de dados robustos em nível nacional sem viés epidemiológico. É muito gratificante participar de um estudo que visa a descoberta de tratamentos inovadores com base em evidências científicas”, aponta dra. Ana Carolina.
A pesquisadora ainda alerta sobre a importância de aguardar os resultados para garantir a veracidade. “É importante que a população entenda que as informações sobre a eficácia de medicamentos só são seguras quando passam pelo crivo da pesquisa científica, que usa análises por meio de comparações matemáticas e seguras. Essas informações sobre uso de rivaroxabana em tratamento de covid-19, por exemplo, só poderão ser utilizadas após publicação em revistas científicas”.