Considerado desaparecido pela família há 11 anos em São Paulo, o paciente Luiz Carlos Pinto Ferreira, de 58 anos, deu entrada ao pronto-socorro do Centro de Atendimento Psiquiátrico Aristides Alexandre Campos (CAPAAC), no último dia 07 de outubro, após ser trazido por um socorrista da concessionária que administra um trecho da BR 101.
A unidade médica que fica localizada em Cachoeiro de Itapemirim, no sul do estado, foi palco de um emocionante reencontro familiar no último sábado (19). Segundo a diretora administrativa do Centro, Andrea Bastos, o paciente chegou confuso e aparentava ter transtorno mental em fase crônica. “Apesar disso, ele preservava alguns elementos em sua memória, o que nos ajudaram como pistas para o trabalho do serviço social”.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de indivíduos com algum tipo de transtorno mental tem crescido de forma exorbitante. A depressão é um dos problemas mais comuns na atualidade, com cerca de 300 milhões de pessoas acometidas. Além dos atributos individuais, fatores sociais, culturais, econômicos, políticos e ambientais também podem ser determinantes para o desequilíbrio emocional.
Na maioria dos casos, pessoas que sofrem do problema e ficam a mercê das ruas, têm dificuldade de reconhecer ou lembrar da família. Luiz surpreendeu a equipe, porque pode dizer o seu nome completo, o nome de sua mãe e o local onde morava. Tais informações foram levadas à pesquisa, segundo a assistente social.
Cadastro no SUS ajudou
Após conseguir descobrir o número do Cadastro Nacional do Sistema Único de Saúde e com a ajuda de parceiros, como os serviços de Assistência Social de municípios vizinhos, a Rede de Atenção Psicossocial da região Sul, a Polícia Civil e a prefeitura de São Paulo, por meio do Setor de Pessoas Desaparecidas, o Centro de Atendimento conseguiu o contato com a família na última sexta-feira (18).
Busca
O trabalho de busca, realizado pela equipe do Pronto-Socorro e auxiliado pela assistente social do setor de internação e coordenadora da equipe interdisciplinar do CAPAAC, Taismane Clarice Sthiavo, mobilizou todo o Centro.
Taismane lembra da importância em lidar com os pacientes e considerar que cada um tem a sua história. “Ao olhar para o paciente e saber que ele tem uma história e algo que poderíamos descobrir passamos a considera-lo como o todo, como uma pessoa que tinha uma história e estava tentando passá-la. Isso fez a diferença e mostrou como o paciente de saúde mental precisa ser escutado, ter uma escuta qualificada”.
A família
Assim que souberam do paradeiro do Luiz, a família viajou mais de 800km, da cidade de São Paulo, para encontrá-lo o mais rápido possível. O reencontro aconteceu na tarde do último sábado (19). O paciente reconheceu os familiares e demonstrou alegria ao revê-los. “A nossa mãe tem 83 anos e pergunta pelo Luiz todos os dias. O curioso foi que na semana passada ela comprou uma cama nova, dizendo que ele retornaria para casa nos próximos dias”, contou a irmã do paciente, Claudete Ferreira.
A diretora administrativa, Andréa Bastos, ressaltou que “quando o trabalho é realizado com uma equipe humanizada e comprometida com a assistência, o resultado é sempre surpreendente para o serviço, familiares e principalmente para o paciente”.
* Com informações da Sesa
Caps em Vitória
Centro de Atenção Psicossocial de Ilha de Santa Maria – Caps II
Rua José de carvalho, 404, ilha de santa Maria –
Telefone: (27)3132-5111 / 3132-5110
Horário de atendimento das 07h às 18h
Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas – CAPS AD III
Rua Álvaro Sarlo, 181 – Ilha de Santa Maria
Telefone: (27)3132-5104
Horário de atendimento ao público externo – segunda a sexta-feira das 7h às 22h