Pedro Pimenta era esportista e tinha uma rotina de alimentação saudável. No ano que contraiu a doença meningocócica, estava fazendo cursinho pré-vestibular, ia para a academia, para as baladas nos fins de semana, ou seja, tinha uma vida social movimentada de um jovem de 18 anos. Estava dormindo muito pouco e, de acordo com ele, isso baixou sua imunidade. Naquele ano, ele teve duas infecções na garganta que foram tratadas com antibióticos e uma mononucleose. No dia 11 de setembro de 2009, acabou contraindo a meningococcemia.
A doença evoluiu muito rápido e com gravidade extrema. Quando deu entrada no hospital, segundo Pedro, ele tinha menos de 1% de chance de sobreviver. A bactéria se espalhou rapidamente pela corrente sanguínea, levando a necrose de seus membros superiores e inferiores e a necessidade da amputação dos dois braços acima dos cotovelos, e das duas pernas acima dos joelhos. Pedro ficou quase seis meses internado. Superando todos esses desafios, Pedro, hoje com 28 anos, é 100% independente, mora sozinho nos Estados Unidos, dirige seu carro e viaja o mundo fazendo palestras.
“Jovem, aos 18 anos, a gente se acha invencível. Eu era o mais saudável da turma e aconteceu isso. É uma coisa que a gente não espera e que pode acometer qualquer pessoa. Essa doença evolui muito rápido, é gravíssima e altamente letal. Ou seja, é um milagre estar vivo. Mas ninguém precisa passar pelo o que eu passei. É muito importante que as pessoas se conscientizem, se vacinem e se protejam”, conta Pedro.
Nesta quarta-feira, 24 de abril, é celebrado o Dia Mundial de Combate à Meningite. Neste grupo de doenças, destacam-se no Brasil as meningites bacterianas e, dentre elas, a doença meningocócica, que leva cerca de 20% dos pacientes a óbito, geralmente, dentro de 24 a 48 horas após o início dos sintomas.
Doença Meningocócica
A Doença Meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis, que possui 13 sorogrupos identificados, sendo que cinco deles são os mais comuns (A, B, C, W e Y). Uma outra forma mais grave é quando a bactéria atinge a corrente sanguínea, chamada de meningococcemia. Se não for tratada, a meningite meningocócica é fatal em 50% dos casos e pode resultar em dano cerebral, perda auditiva ou incapacidade em 10% a 20% dos sobreviventes.
Prevenção
A vacinação é uma das melhores formas de prevenção contra a doença. Outras formas que podem ajudar na prevenção incluem evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos. Atualmente, existem vacinas para a prevenção dos 5 sorogrupos mais comuns no Brasil, as vacinas contra a meningite meningocócica causada pelo tipo B e as vacinas contra os tipos A, C, W e Y.
Saúde Pública
Nos postos de saúde, a vacina contra a doença causada pelo meningococo C é disponibilizada para crianças menores de 5 anos de idade e adolescentes de 11 a 14 anos.
Os médicos orientam as pessoas que não tem acesso a vacina pelo SUS, mas tem condição de pagá-la no particular, que não deixem de se vacinar.
* Com informações da GSK- indústria farmacêutica.