Uma doença que acomete anualmente mais de 15 mil pessoas no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), pode ser evitada em casa, através da realização do autoexame: o câncer de boca. Este tipo de procedimento permite descobrir nódulos, caroços e feridas que não cicatrizam e que podem evoluir para um tumor.
Ao examinar a própria boca, a pessoa consegue apalpar as áreas investigadas e realizar uma inspeção visual. Para que isso seja possível, o ideal é fazer o autoexame em frente ao espelho, em um local com boa iluminação. Durante o processo, é preciso observar bochechas, lábios, língua, assoalho bucal e palato (céu da boca).
No Julho Verde, mês dedicado à conscientização e prevenção do câncer de cabeça e pescoço, o radio-oncologista Guilherme Rebello, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), explica que a finalidade do autoexame é identificar lesões precursoras de tumores de boca, uma doença curável se tratada no seu início.
“O autoexame consiste em o paciente avaliar por si só a parte interna da boca, procurando por qualquer alteração, como aftas, sangramento, lesões nodulares ou placas esbranquiçadas ou avermelhadas. Ele geralmente é feito após a higienização da boca. Este tipo de procedimento pode ajudar a identificar diversos tipos de tumores, tais como os de língua, gengiva, amígdala, assoalho de boca, palato e lábios”, destaca o médico.
Se achar algo, o que fazer
Caso a pessoa encontre no autoexame algum ferimento, nódulo ou caroço, a orientação é procurar um clínico geral ou um cirurgião dentista. Caso haja a possibilidade de ser algo mais grave, este paciente deve ser encaminhado ao cirurgião de cabeça e pescoço.
“Os tumores de cabeça e pescoço têm como característica o rápido crescimento, podendo passar de uma pequena lesão a massas volumosas. Portanto há a necessidade de exames frequentes, a fim de detectar alterações precocemente”, observa Guilherme Rebello.
Pacientes que fumam e bebem devem estar atentos, pois são mais propensos a desenvolverem câncer bucal. “Cigarro e álcool possuem agentes cancerígenos, que podem causar alterações celulares, desencadeando uma multiplicação desenfreada”, destaca o especialista.