O câncer de cabeça e pescoço representa a segunda maior incidência de cânceres entre homens, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Além disso, é o sexto com maior número de casos em dados gerais. A maioria das pessoas acometidas pela doença são do sexo masculino e têm mais de 60 anos de idade. Mas isso não significa que pessoas de outras idades e do sexo feminino não adoeçam.
Em 2020, foram estimados mais de 930 mil casos da doença e mais de 467 mil mortes em todo o mundo.
Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), apontam que o diagnóstico precoce e o tratamento certo pode elevar para até 90% as chances de cura. Por isso, reforçar a prevenção é tão importante e o mês de julho é dedicado à essa conscientização.
De acordo com a médica oncologista, Arianne Velasquez, a doença está diretamente ligada ao modo de viver das pessoas. “Alimentação, álcool, cigarro e obviamente, quanto mais a gente vive, mais tempo ficamos expostos aos carcinógenos”.
A especialista explica que o câncer “cabeça e pescoço” é um nome genérico para vários outros tipos de tumores na região e que atinge principalmente boca, lábio, língua, amídala, traqueia, laringe e esôfago. Para Arianne, o diagnóstico tardio ainda é um problema que precisa ser superado. Cerca de 60% dos casos são descobertos quando a doença já avançou.
“Os tumores, quando a gente tem algum sintoma, na grande maioria das vezes é por que já temos alguma alteração significativa. Então, muito se deve aos sintomas nessa região serem comuns, como uma ferida na boca que não sara e a pessoa fala que é só uma feridinha e acaba não procurando uma avaliação médico”.
Entenda os sinais do câncer de cabeça e pescoço
Então, como observar as regiões que podem ser afetadas pela doença e quando suspeitar de que pode se tratar de algo mais grave? A oncologista cita alguns sinais importantes:
– Lesões em lábios, língua que não sicatrizam;
– Rouquidão;
– Dificuldade para engolir;
– Nódulo na boca, pescoço ou na mandíbula;
– Manchas brancas ou avermelhadas na boca e que podem ser acompanhadas de sangramento ou dor;
Jovem descobriu câncer na tiróide durante consulta de rotina
A farmacêutica Ingrid Altoé, de 30 anos de idade, passou pelo problema no final de 2017, quando tinha 25 anos, e está curada. Ela conversou com a apresentadora do Programa Fala ES, Roberta Salgueiro e contou como soube que tinha a doença.
Ingrid já tinha hipotireoidismo de hashimoto e então fazia consultas frequentes para controlar a doença autoimune. Em uma dessas consultas, a médica percebeu um pequeno nódulo e pediu uma série de exames até fechar o diagnóstico de carcinoma papilífero.
“A tireóide costuma aparecer nódulos, é normal, nas aí tem que avaliar se é só acompanhar ou tirar. Eu fiz a cirurgia e tirei toda a tireóide”, contou. Ingrid disse ainda que o pós operatório foi tranquilo e que não precisou de fazer nenhum outro procedimento. Segue apenas tomando as medicações necessárias.
A médica oncologista explicou que o câncer de tireóide está relacionado à questão genética, porém, não necessariamente tem relação com hereditariedade. “Hoje a gente sabe que tem a parte genética forte. Quando o paciente já tem uma alteração genética, uma propensão, ele tende a apresentar estes nódulos ainda na juventude”.
Tratamentos
Especialistas afirmam que para um tratamento bem sucedido, é importante estar acompanhado de um médico de confiança, parceiro e estar cercado da família e dos amigos.
O objetivo da campanha Julho Verde é espalhar a informação de que a doença tem alta chance de cura e de forma inicial o paciente pode ser tratado com sucesso e levar uma vida normal.
De maneira geral, existem quatro tipos de tratamentos para os cânceres de cabeça e pescoço: radioterapia, imunoterapia, quimioterapia e cirurgia. Após diagnóstico, cada paciente e cada caso é conduzido individualmente.
*Com informações do Fala ES, TV Vitória/Record TV