Uma jovem de 22 anos surpreendeu e gerou polêmica nas redes sociais após compartilhar a realização de uma laqueadura. O procedimento, feito de maneira cirúrgica, impede a comunicação entre o útero aos ovários, não permitindo a gravidez. Mas há casos em que o procedimento pode ser reversível.
A decisão de Paloma Melo, que já tem uma filha de 2 anos e realizou o procedimento para não ficar grávida de novo, foi tomada com seu marido, que concordou com o procedimento.
A medida foi recebida com surpresa nas redes sociais, com alguns elogios e questionamentos. “A princesa não pede irmão ou irmã? E se pedir?”, escreveu um seguidor. Ela respondeu que a filha nunca fez esse questionamento.
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Com os questionamentos e dúvidas, o Folha Vitória foi atrás de um especialista no assunto. Segundo o chefe do Departamento de Ginecologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Luiz Alberto Sobral Vieira Junior, ao contrário do que muitos pensam, o procedimento pode ser realizado com base em duas técnicas, sendo uma delas com o resultado reversível.
“Uma você secciona um pequeno trajeto da trompa, mais próximo do útero e é possível fazer uma recanalização. A outra é uma técnica um pouco mais radical, com a fimbrectomia, que retira toda a primeira porção da trompa e não tem como mais recanalizar”, detalha o profissional.
Entretanto, o médico detalha que, quando as pacientes são muito jovens, ao ser optada a laqueadura, uma técnica é mais utilizada do que a outra. “Prefiro realizar a que podemos recanalizar caso ela se arrependa quando for mais velha”.
Nova lei da laqueadura
Uma nova lei da laqueadura, que foi aprovada no Senado Federal no mês de agosto de 2022, está em vigor desde o mês de março de 2023. A lei reduziu para 21 anos a idade mínima de homens e mulheres para a esterilização voluntária. Além disso, encerrou com a exigência do consentimento do parceiro.
“Com essa nova lei, as regras ficaram mais flexíveis, a paciente com menos de 21 anos e que já tenha dois filhos pode realizar a cirurgia. Além disso, qualquer paciente acima de 21 anos fazer”, narra.
O médico ressalta que, além disso, sempre são oferecidos outros métodos contraceptivos antes de realmente tomar a decisão.
“Temos outras opções como: diu de cobre, que não tem hormônio e pode durar até 10 anos, e o próprio diu hormonal, com duração de cinco anos”.
Mesmo que a laqueadura permita a recanalização ou reconstrução da trompa, em determinados casos, a reconstrução pode não dar certo. “Principal problema realmente é ela se arrepender após ter feito e não conseguir recanalizar, não são todos os profissionais que dominam a técnica”, descreve.
Quais são as principais indicações para a laqueadura?
O profissional destaca que as principais indicações para a realização da laqueadura são:
– Pacientes com mais de 25 anos ou que tenham pelo menos dois filhos vivos;
– Mulheres com doença do coração, hipertensão, diabete, que a gravidez seria de risco;
– E as que já não querem mais engravidar.
Entretanto, são existentes contraindicações para as pacientes que não possuem certeza da decisão, que pode ser definitiva.
“Existe a contraindicação em pacientes que não estão seguras se estão realmente livre do desejo de ter um filho. Além disso, mesmo sendo um procedimento seguro e rápido, temos que avaliar a condição clínica”, disse.
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