O segundo paciente com resultado positivo para o Covid-19 no Brasil e o aumento do número de casos suspeitos não são motivos para alarde e pânico. No entanto, como ocorre com toda enfermidade com risco epidemiológico, as pessoas devem ampliar os cuidados preventivos, como lavar sempre as mãos ao chegar da rua e antes das refeições, não levá-las aos olhos e à boca, não consumir alimentos crus, evitar grandes aglomerações em locais fechados e manter a máxima higiene possível no preparo de refeições.
“Tais cuidados, aliás, não dizem respeito apenas ao coronavírus, mas também para a prevenção de outras doenças infecciosas, como a gripe, provocada pelo vírus influenza, em suas distintas versões”, salienta o médico pneumologista Álvaro Gradim.
O médica ainda alerta que “algumas formas de gripe, como a H1N2 e H3N2, são potencialmente mais graves do que o Covid-19 e estão há mais tempo no Brasil e em todo o mundo”.
Por essa razão, o médico enfatiza a necessidade de se tomar a vacina da gripe, cuja campanha foi antecipada este ano pelo governo para 23 de março. Na rede pública, poderão imunizar-se os maiores de 60 anos, crianças de seis meses a cinco anos, gestantes, portadores de doenças crônicas, puérperas de até 45 dias, detentos, funcionários da rede prisional, indígenas e professores do Ensino Básico e do Superior, de instituições públicas e privadas e funcionários de todas as unidades de saúde. As pessoas não incluídas nesse contingente que puderem vacinar-se na rede privada devem fazê-lo.
Para os idosos, em particular, é fundamental tomar a vacina da gripe, explica Dr. Gradim, “em primeiro lugar para se evitar, por exemplo, a possibilidade de uma dupla infecção com o vírus influenza, o Covid-19 ou outro micro-organismo. Além disso, é preciso considerar que qualquer gripe debilita o organismo, tornando a pessoa mais suscetível ao contágio de outras doenças e a complicações pulmonares e respiratórias. Outra questão: no aparecimento de sintomas em pessoas vacinadas, descarta-se de imediato a gripe, facilitando-se o diagnóstico do Covid-19 ou outra infecção.
“Também é importante que os idosos (e todas as pessoas) mantenham sob controle os níveis de colesterol, triglicérides, glicemia e pressão sanguínea, que são fatores de risco para doenças cardiovasculares e respiratórias e reduzem as defesas do organismo contra vírus e bactérias. Ademais, em caso de contágio pelo coronavírus, gripe ou outra infecção, os indivíduos que estejam com esses indicadores controlados têm menor possibilidade de complicações e melhores possibilidades de resistência e cura”, observa o pneumologista.
“Por todas essas razões, é muito oportuno colocar a saúde em dia, realizando um check-up para verificar as condições gerais de saúde e adotando hábitos mais saudáveis de alimentação e vida”, completou.
Campanha
Para esclarecer as dúvidas crescentes sobre a nova doença, a Associação dos Funcionário Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP) vem divulgando entre suas unidades de lazer, regionais e sede uma campanha de como se prevenir contra o vírus. A entidade espalhou cartazes nos endereços e tem divulgado postagens em suas redes sociais.