Há cerca de sete anos um tipo de câncer no sangue até então pouco conhecido do público geral ganhou as manchetes de todo o país. Chamado de linfoma, a doença acometeu personalidades de diversos segmentos como foi o caso do ator Edson Celulari, que há um pouco mais de dois anos recebeu o diagnóstico de Linfoma não-Hodgkin. O câncer atinge diretamente o sistema linfático, responsável pala defesa natural do nosso organismo contra infecções, importante parte do nosso sistema imunológico.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 10 mil brasileiros são diagnosticados anualmente com linfomas, uma incidência duas vezes maior que a registrada há 25 anos. Os linfomas são cânceres do sistema linfático, distribuídos entre os tipos Hodgkin e não-Hodgkin. O linfoma de Hodgkin afeta igualmente dois grupos populacionais: pacientes ao redor dos 20 anos e entre 50 e 60 anos. Já os linfomas não-Hodgkins são um grupo de mais de 50 doenças que podem afetar qualquer faixa etária e que podem ser muito distintos entre si.
Segundo o Dr. Volmar Belisario Filho, oncohematologista do Centro Capixaba de Oncologia (Cecon), os linfomas apresentam diferentes sintomas, sendo os mais comuns o aumento dos gânglios linfáticos (ínguas, em linguagem popular) nas axilas, virilha e/ou pescoço, dor abdominal, perda de peso, fadiga, coceira no corpo e febre.
Apesar de não haver prevenção por desconhecimento do que leva ao surgimento da neoplasia, muitos linfomas podem ser curados quando tratados de forma rápida e podem ser controlados com sucesso por longos períodos de tempo. O diagnóstico do tipo preciso do linfoma realizado por um profissional especializado é fundamental para indicar o tratamento ideal.
“As chances de cura vão depender do tipo de linfoma. No linfoma de Hodgkin, por exemplo, a cura ultrapassa 80% dos casos, conforme alguns critérios de prognóstico, dentre eles, o estágio da doença ao diagnóstico, ou seja, o número de áreas afetadas pelo câncer. Já nos linfomas não Hodgkin, esse percentual varia, dependendo do subtipo do linfoma”, explica o especialista.
Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença estão o histórico familiar, exposição a tratamentos oncológicos prévios, presença de vírus do HIV e hepatites, além de doenças autoimunes.
O tratamento é feito por meio de quimioterapia, além de outras estratégias coadjuvantes como cirurgia e radioterapia. Em certos casos, terapias alvo-moleculares, que tem como meta de ataque uma molécula da superfície do linfócito doente, podem ser indicadas.