Ter um corpo mais saudável e eliminar os quilos extras é um desejo comum a muitas pessoas. No entanto, a busca por soluções rápidas pode levar à automedicação e ao uso indevido de medicamentos para emagrecer.
É importante lembrar que a obesidade é uma doença complexa e multifatorial, que exige acompanhamento médico especializado.
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Os remédios para emagrecer podem ser uma ferramenta útil no tratamento, mas jamais devem ser utilizados como única solução.
Mas, afinal, quando os medicamentos são indicados? Eles são recomendados para pacientes obesos com IMC acima de 30 e aqueles com sobrepeso com doenças associadas que tem IMC a partir de 27.
QUAL REMÉDIO TOMAR PARA EMAGRECER?
O tratamento da obesidade no Brasil conta com diversas opções medicamentos, cada um com seus próprios benefícios e potenciais de perda de peso.
É importante ressaltar que a resposta individual a cada remédio pode variar, e por isso o acompanhamento médico é fundamental para garantir a segurança e a efetividade do tratamento.
• Dimesilato de lisdexanfetamina (Venvanse® ou Juneve®)
Em 2018, a Anvisa aprovou o uso da substância originalmente destinada ao tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) para o tratamento da compulsão alimentar, visando à redução do peso.
Esta substância influencia a dopamina e outros neurotransmissores no cérebro, suprimindo o impulso de comer nos pacientes.
No entanto, seu uso é contraindicado para pessoas com hipertensão, doenças cardiovasculares, hipertireoidismo ou glaucoma.
• Sibutramina
Este medicamento de prescrição controlada age nos níveis de serotonina e noradrenalina, regulando os impulsos de fome e saciedade, auxiliando os pacientes em dietas com restrição calórica e na prevenção da compulsão alimentar.
Seus benefícios na perda de peso são notáveis e sua acessibilidade financeira é uma vantagem em comparação com outros tratamentos como a liraglutida e a semaglutida.
No entanto, é contraindicado para pacientes com risco cardiovascular, e aqueles com diabetes e hipertensão não controladas.
Por essas razões, o fármaco só é vendido com a Receita B2 acompanhada do Termo de Responsabilidade do Prescritor, que deve ser devidamente emitido, preenchido e assinado pelo médico e também assinado pelo paciente.
• Liraglutida (Saxenda®)
Inicialmente desenvolvida para auxiliar no controle do diabetes, a liraglutida é usada no tratamento da obesidade. Estudos demonstraram sua eficácia na redução do peso corporal, com uma média de 6% em pacientes que utilizaram a medicação.
Além disso, o medicamento apresenta benefícios para a saúde cardiovascular, como a redução da pressão arterial e da gordura visceral.
Ele atua como o hormônio GLP-1, naturalmente produzido no intestino, que regula a produção de insulina pelo pâncreas, controla o apetite e a saciedade, e retarda o esvaziamento do estômago.
A liraglutida é comercializada em formato de caneta, com uma agulha fina na ponta, para aplicação diária na região abdominal. A dosagem deve ser orientada por um médico, de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.
Pode ser usada em pacientes a partir de 12 anos, sendo as náuseas o principal efeito colateral em cerca de 20% dos pacientes no início do tratamento.
• Semaglutida (Wegovy)
Recentemente aprovada pela Anvisa para tratar a obesidade, a semaglutida, variante da liraglutida e originalmente desenvolvida para diabetes, demonstrou uma significativa redução de peso de até 15%, conforme indicado por um estudo publicado no The New England Journal of Medicine, que investigou uma dose de 2,4 mg.
Assim como a liraglutida, a semaglutida é um análogo do hormônio GLP-1, influenciando a fome e a saciedade, retardando o esvaziamento gástrico e melhorando a produção de insulina.
A principal distinção entre ambas é a frequência de aplicação, sendo a semaglutida administrada semanalmente, além de sua maior potência, resultando em uma ação prolongada no organismo.
Embora já esteja disponível nos Estados Unidos para o tratamento da obesidade através de injeções, a semaglutida em breve estará disponível no mercado brasileiro.
• Tirzepatida
A substância mostrou excelentes resultados em 90% dos pacientes tratados, levando a uma redução de peso de mais de 20% em um ano e meio, similar aos resultados de uma cirurgia bariátrica. Esses achados estão no estudo Surmont-1, sugerindo que o remédio pode revolucionar o tratamento da obesidade.
Além de agir como a semaglutida e a liraglutida no GLP-1, o novo medicamento também imita outro hormônio intestinal, o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose).
Juntos, eles influenciam a sensação de saciedade, regulam os níveis de glicose e outros processos que mantêm baixos os níveis de açúcar no sangue, agindo nas células beta do pâncreas. O medicamento demonstrou ser seguro para uso a longo prazo.
• Orlistate ou orlistat (Orlistat STADA®, Lystate® e Lipiblock®)
Este medicamento age sobre uma enzima do sistema digestivo, reduzindo a absorção de gordura dos alimentos em cerca de 30%. Isso resulta em uma ingestão calórica menor, o que pode levar à perda de peso e ajudar a reduzir os níveis de colesterol.
No entanto, um inconveniente é que parte da gordura ingerida é eliminada nas fezes, o que pode causar gases e diarreia nos pacientes. Além disso, pode afetar os níveis de vitaminas que precisam de gordura para serem absorvidas, como as vitaminas A, B, E e K.
• Contrave: associação de bupropiona com naltrexona
Contrave, uma nova combinação de medicamentos, já aprovada pela Anvisa, está prestes a ser lançada no mercado brasileiro. Esta combinação utiliza dois medicamentos que costumam ser usados separadamente: a bupropiona, usada para tratar a depressão, e a naltrexona, utilizada no tratamento do alcoolismo e dependência de opioides.
Ele será indicado principalmente para tratar a obesidade em pacientes que sofrem de episódios de compulsão alimentar, algo que afeta cerca de 30% das pessoas com excesso de peso.
A naltrexona trabalha em conjunto com a bupropiona para agir nos níveis de dopamina e noradrenalina no cérebro, ajudando o paciente a controlar os impulsos de comer alimentos calóricos para buscar satisfação e reduzindo a fome.
• Topiramato
Este medicamento anticonvulsivante, originalmente prescrito para enxaqueca e epilepsia, oferece uma alternativa no tratamento da obesidade em pacientes que têm padrões compulsivos de alimentação. Ele age no centro da fome e da compulsão no cérebro, auxiliando na perda de peso.
DICAS PARA PERDER PESO
Embora os medicamentos recomendados para tratar a obesidade sejam muito úteis para promover a perda de peso, é essencial combiná-los com mudanças no estilo de vida, como:
• Dieta saudável com restrição calórica, mas com acompanhamento de profissional de saúde
• Aumentar o consumo de proteínas;
• Garantir a ingestão de mais fibras;
• Praticar exercícios físicos;
• Beber mais água;
• Dormir mais e ter um sono de qualidade;
• Gerenciar o estresse.
*Com informações do VivaBem UOL