Se existe algo que incomoda muito qualquer pessoa são as dores na região abdominal. Para piorar, algumas dessas crises podem carregar junto um agravante, a famosa flatulência. Apesar de incômoda, a situação pode ser contornada com mudanças em alguns hábitos.
Uma das soluções mais eficazes para esta situação é a dieta low fodmap, revela a nutricionista Dani Borges. “Ela baseada numa estratégia nutricional voltada para a reprogramação intestinal. Além disso, ela melhora o funcionamento da microbiota entérica”.
A especialista explica que os alimentos que possuem altos teores de açúcar monossacarídeos/dissacarídeos, polióis e oligossacarídeos podem não ser absorvidos de maneira adequada pelo intestino delgado, e aí que está o problema.
“Ao invés de serem absorvidos pelo organismo, eles passam a fazer fermentação ali mesmo, pois quando as bactérias que já estão presentes no nosso corpo acessam a esses elementos, o usam para produzir energia. O resultado disso é a produção de gases, que levam a esse desconforto como conhecemos”, explicou a nutricionista.
Quais os alimentos que precisam ser controlados na dieta?
Para reverter este quadro, a recomendação é reduzir ou retirar por pelo menos 60 dias os alimentos ricos em Fodmap. Alguns dos que fazem parte do dia a dia são a batata doce, brócolis, feijão, abacate, ervilha, grão de bico, maçã, melancia e pepino, por exemplo.
Além destas comidas, a nutricionista também orienta a retirada de adoçantes e bebidas alcoólicas. “É importante lembrar que até algumas alergias respiratórias podem estar atreladas à sensibilidade da flora intestinal, então a melhora virá para outras partes do corpo também”, detalha.
Somando-se a isso, ela observa que “os chás são excelentes meios para ajudar a lidar com isso. No caso, os recomendados são de gengibre, verde e melissa. Também o uso de probióticos é uma boa pedida nestes casos”, ressalta.
Alimentos permitidos
A dieta FODMAP consiste na remoção de alimentos que contêm frutose, lactose, fructo e galacto-oligossacarídeos e álcoois de açúcar, como cenoura, beterraba, maçã, manga e mel, por exemplo, da dieta diária. Os alimentos que podem ser incluídos nesta dieta são:
– Cereais sem glúten, como arroz e aveia;
– Frutas como tangerina, laranja, morango, uvas, framboesas, limão, banana madura e melão;
– Legumes e verduras, como abóbora, azeitonas, pimentão vermelho, tomate, batata, brotos de alfafa, cenoura, pepino e batata doce;
– Laticínios sem lactose;
– Carnes, peixes, ovos;
– Sementes de chia, linhaça, gergelim, abóbora e girassol;
– Nozes como amendoim, nozes, castanha do Brasil;
– Arroz, tapioca, fubá ou amêndoas;
– Bebidas vegetais.
Orientação é fundamental
A nutricionista destacou que quando o assunto é a dieta low fodmap, todo cuidado é pouco. Por isso, de acordo com Dani, é importante ter o suporte de um profissional que possa dar toda a orientação adequada.
“Se você se identifica com sintomas como distensão abdominal, flatulência, má digestão, estomago estufado, por exemplo, procure um nutricionista para te ajudar a entender se você está com a sensibilidade à esses alimentos. Mas nada de iniciar a dieta sozinho, pois o protocolo low fodmap é uma estratégia de exclusão e, por isso, é mais restrita e não deve ser feita sem supervisão de uma pessoa adequada”, completa.