A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) informou que no Espírito Santo 18.250 pessoas aguardam na fila por uma cirurgia eletiva, que são procedimentos que não se enquadram em casos de emergência médica.
Uma das pessoas que aguarda por um procedimento, é a dona de casa Avalci de Jesus, que convive há anos com uma dor crônica no ombro. A idosa está na fila desde 2021 quando foi encaminhada para a cirurgia ortopédica.
Segundo a filha dela, Daiana de Jesus Zibel, a dor atrapalha o dia a dia da mãe, que perdeu muito da independência por conta do problema.
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“Você liga para saber e recebe a informação de que ela se queimou. Você liga e ela te informa que não consegue pentear o cabelo, que não consegue mais fazer comida”, disse.
Ainda segundo ela, ao procurar a Sesa, a secretaria teria solicitado um detalhamento clínico, para reiniciar o encaminhamento da idosa para a cirurgia. Daiana afirma que os dados cadastrais da mãe seguem atualizados.
“Eles não sabem orientar. Como ela já é bem idosa, eles devolveram o encaminhamento solicitando um detalhamento clínico, para recomeçar tudo”, afirmou.
Falta de médicos para algumas especialidades
De acordo com o subsecretário de Atenção à Saúde, Tadeu Marino, a meta é que do encaminhamento profissional até a sala de cirurgia, o prazo máximo seja de seis meses.
Acontece que, de acordo com o subsecretário, muitas vezes faltam médicos de algumas especialidades.
“Por mais que o Estado faça um esforço de comprar o serviço, de estimular o credenciamento de mais serviços, você não consegue ter aqueles especialistas, há muitas cirurgias especializadas de neuro, de ortopedia”, disse.
Ainda segundo ele, há outro fator de dificuldade para a realização dos procedimentos: muitos dos pacientes aprovados para passar por cirurgia simplesmente não são localizados pela rede pública de saúde.
No Espírito Santo, há salas de controle para busca ativa de pessoas aprovadas para uma cirurgia, mas que não foram localizadas. No momento, mais de 3.600 pacientes não foram encontrados.
Para evitar a situação, o cadastro do paciente deve estar atualizado junto à rede pública de saúde.
“Essa questão, por exemplo, do não encontro do nosso usuário que precisa se recadastrar, faz com que você tenha pessoas ainda de 2021, 2022 em número muito menor, mas ainda esperando uma cirurgia”, explica Marino.
Sobre a situação da dona de casa, a Sesa informou que o caso não está registrado no sistema e orientou a idosa a procurar a Unidade Básica de Saúde onde recebeu atendimento.
A prefeitura da Serra, onde a dona de casa reside, informou que a idosa realizou atendimento com o ortopedista no ano passado, mas que para a realização da ressonância, faltavam dados.
O município relatou que aguarda que ela apresente estes dados para dar seguimento ao exame.
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*Com informações do repórter Lucas Pisa, da TV Vitória/Record