Aproximadamente 281 mil capixabas ainda não se vacinaram com a segunda dose das vacinas disponibilizadas contra covid-19, fundamental para garantir uma proteção eficiente contra a doença.
“Se essa população tivesse comparecido para a vacinação da segunda dose, teríamos um desempenho maior”, disse o secretário de Estado da Saúde durante entrevista coletiva nesta terça-feira (26).
Ainda segundo Nésio Fernandes, alguns fatores podem contribuir para esse alto número de pessoas com as vacinas em atraso. Um dos motivos é a circulação de notícias falsas e desinformações sobre os imunizantes.
“Vivemos em um contexto onde os eventos adversos leves e moderados que ocorrem na aplicação das vacinas, estão também bombardeados por um número muito grande de fake news de informações que acabam desestimulando o retorno para a aplicação do imunizante. Precisamos vencer uma campanha de contra informação que acaba prejudicando retorno da população”, disse o secretário.
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Medo de reações adversas também afastas capixaba da segunda dose
Medo de efeitos colaterais das vacinas afasta capixabas da segunda dose dos imunizantes. A afirmação foi feita pelo secretário de Saúde durante uma entrevista exclusiva para o Jornal online Folha Vitória. De acordo com informações da Sesa, mais de 60 mil pessoas ainda não completaram o esquema vacinal contra a covid-19.
“As pessoas falam ‘ah, eu tomei avacina e me senti mla depois, tive um mal estar no corpo, tive sintomas de gripe, parece que fiquei doente’. As pessoas ficam com esse mito de que a vacina as deixou doente e ficam com medo da segunda dose”, afirmou o secretário.
Apesar do medo, o secretário afirmou que os registros de eventos adversos depois da primeira dose da vacina são muito menores.
“Os efeitos colaterais na segunda dose são menos frequentes que na primeira, o corpo já está preparado. Na segunda dose o risco é infinitamente menor de causar reações adversas”, disse.
Nésio reforçou a importância de completar o esquema vacinal e destacou que o medo não pode atrapalhar a imunização. “A população precisa entender que esse medo não deve ser um impeditivo para que toda a população colabore para a proteção própria e a proteção coletiva”, afirmou.
Mais de 18 milhões de brasileiros não completaram a imunização
Em todo País, mais de 18 milhões de brasileiros que já deveriam ter tomado a segunda dose da vacina contra a covid-19 para completar o ciclo de imunização estabelecido pelas autoridades sanitárias ainda não o fizeram.
Segundo o Ministério da Saúde, o resultado é preocupante – mesmo considerando que, na última semana, este número caiu 10%, baixando de 20 milhões de pessoas cuja segunda dose da vacina estava atrasada, para os atuais 18 milhões.
Duas doses são essenciais para garantir proteção
Em nota, a pasta enfatizou que, para obter a máxima proteção oferecida pelos imunizantes, é preciso tomar as duas doses da vacina.
“A recomendação da pasta é para que os brasileiros completem o ciclo vacinal mesmo se o prazo para a segunda dose estiver atrasado. No caso das vacinas da Pfizer e da Astrazeneca, o intervalo é de oito semanas. Já para a CoronaVac, a segunda dose deve ser aplicada 4 semanas após a primeira”, acrescentou o ministério, na nota.
O Ministério da Saúde distribuiu mais de 320 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 para estados e municípios. Destas, 270 milhões foram aplicadas. A primeira dose foi aplicada em 153,8 milhões de brasileiros. Pouco mais de 116,1 milhões de pessoas receberam a segunda dose ou dose única e 6 milhões a dose adicional ou de reforço.
Precisamos vencer o vírus, diz ministro
Por meio da nota ministerial, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, enfatizou que a ocorrência de novos casos e de mortes em consequência da doença vêm caindo graças “à ampla campanha de vacinação”.
“Mesmo com um cenário mais tranquilo, com queda no número de casos, óbitos e internações, não dá para relaxar nessa hora. Todos sabemos que só com a segunda dose é que garantimos a máxima proteção contra a doença. Precisamos vencer o vírus. E uma das formas de vencê-lo é vacinar toda a população brasileira”, mencionou Queiroga, citando que a média móvel de casos caiu 85,4% entre abril deste ano e ontem (25), enquanto a média móvel de mortes diminuiu 88,9%.