Cerca de 717 mil mulheres capixabas têm dificuldades de atingir o clímax durante relações sexuais: é o que aponta o percentual estimado em 2018 por estudos de universidades norte-americanas (35%), quando aplicado à população de mulheres no Espírito Santo.
As teorias sobre as causas da maior dificuldade do público feminino em alcançar o orgasmo são muitas. Mas, as principais têm relação com a falta de conhecimento do próprio corpo, que é passada de geração para geração, diferentemente do que acontece com os meninos.
“Desde cedo a mulher é privada de se descobrir porque o seu órgão é interno, fazendo com que ela se distancie dessa região íntima, sendo esse é um dos grandes fatores que dificultam o orgasmo. Já para o homem tudo é mais fácil, pois por ter o órgão externo, acaba se tornando algo mais palpável e próximo a ele. Além disso, o homem também é incentivado a tocar o órgão desde cedo, enquanto a mulher é reprimida”, comenta a fisioterapeuta pélvica Thaís Págio.
Ainda segundo Thaís, pessoas que têm relação sem vontade também têm mais possibilidade de desenvolverem disfunções sexuais, tanto dolorosas como orgásticas. “Muitas mulheres se relacionam só para ‘comparecer’. Então é preciso que ela analise várias coisas ao não chegar ao orgasmo, como, por exemplo, se tem desejo, se tem vontade ou sente dor durante o ato sexual”, recomenda.
Isso porque várias disfunções podem atrapalhar o prazer da mulher durante as relações, como vaginismo, dispareunia e vulvodínia. Todas elas causam dor, seja na hora da penetração ou em situações esporádicas. “As mulheres têm de entender que sentir dor nunca é normal. A dor avisa que tem algo diferente no corpo que precisa ser identificado e tratado. Então se você sente incômodo ou dor é preciso procurar profissionais qualificados para entender o que está acontecendo”, conclui.