Os afazeres do dia a dia, as inúmeras tarefas, a rotina exaustiva que parece não dar sequer um segundinho de descanso acaba fazendo com que muitas mulheres descuidem da saúde.
Apesar dos vários obstáculos, é preciso encontrar um tempinho na agenda para um procedimento inadiável: a mamografia. O exame é fundamental para detecção precoce do câncer de mama e, por consequência, ajudar a salvar vidas.
LEIA TAMBÉM:
>> Merenda escolar poderá ter no máximo 15% de alimentos ultraprocessados
>> Mulher se torna a primeira a viver mais de 2 meses com rim de porco
>> Cresce número de municípios com cobertura vacinal
Na semana em que se celebra o Dia da Mamografia, que foi comemorado na quarta-feira (05), oncologistas tiram dúvidas e esclarecem mitos e verdades sobre o exame.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), todos os anos são registrados cerca de 66 mil novos casos da doença em todo o país.
Doença é tratável
A doença é a principal causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil. Apesar disso, ela é tratável. Com o diagnóstico precoce, existe possibilidade de até 95% de chances de cura.
De acordo com a oncologista Caroline Secatto, da Ellas Oncologia, o exame é insubstituível, pois pode detectar lesões que ainda não são perceptíveis.
A mamografia é insubstituível no rastreamento do câncer de mama. Ela permite identificar lesões que ainda não são palpáveis, o que possibilita um diagnóstico precoce e tratamentos menos agressivos, explicou.
A médica afirma ainda que o procedimento é fundamental não apenas para um diagnóstico, mas para manter a tranquilidade das mulheres.
“A prevenção é sempre a melhor estratégia. A mamografia não apenas salva vidas, mas também traz mais tranquilidade às mulheres”, reforça.
Preparação para o exame
De acordo com a oncologista Caroline Secatto, o procedimento não é feito para meter medo em ninguém, levando em conta sua segurança e rapidez. Mesmo assim há quem fique ansiosa antes do procedimento.
Ela recomenda que alguns cuidados devem ser tomados antes do exame para garantir uma boa experiência e cuidados importantes.
Alguns exemplos são evitar desodorantes, cremes ou talcos nas axilas e mamas no dia do exame, pois esses produtos podem interferir na qualidade das imagens geradas pelo mamógrafo.
A mamografia é um exame de imagem que utiliza raios-x para captar imagens detalhadas do tecido mamário.
Durante o procedimento, cada mama é posicionada e comprimida brevemente entre duas placas para garantir uma visualização clara e detalhada.
“A compressão pode causar desconforto em algumas mulheres. Por isso, é interessante agendar a mamografia na fase inicial do ciclo menstrual, preferencialmente na semana após o término da menstruação, pois as mamas tendem a estar menos sensíveis nesse período”, indica a oncologista.
Quando é necessário fazer o exame
Você já assoprou 40 velinhas em um bolo de aniversário? Se a resposta for sim, o exame deve ser feito anualmente, conforme recomenda a Sociedade Brasileira de Mastologia.
Segundo a oncologista Carla Loss, também é necessário estar ciente do próprio histórico familiar, pois quem tem casos recorrentes na família, pode ver o risco de desenvolver a doença aumentar.
“Para aquelas com histórico familiar da doença ou fatores de risco elevados, o exame pode ser indicado antes dessa faixa etária. É essencial conversar com o médico para definir a melhor estratégia, considerando fatores individuais e histórico familiar. Cada caso é único”, disse.
Quem pode fazer?
Apesar das constantes campanhas, ainda existem mulheres que têm dúvidas se podem ou não realizar o procedimento. Para isso, segundo Loss, é necessário esclarecer alguns dos mitos em relação ao exame.
Ela explica que gestantes não devem realizar a mamografia, exceto em casos muito específicos e sob orientação médica.
“Já mulheres com implantes de silicone podem e devem fazer o exame, com técnicas específicas para garantir uma boa visualização do tecido mamário. Mulheres com mamas densas, ou seja, com um tecido mamário mais compacto e com maior quantidade de glândulas, também devem realizar a mamografia.”, esclarece.
De acordo com a especialista, mesmo em casos com maior dificuldade de visualização, avanços tecnológicos permitem diagnósticos cada vez mais precisos.
Nesses casos, exames complementares, como a ressonância magnética, podem ser recomendados.
Após a mamografia
Loss explica que o resultado do exame não costuma demorar e fica pronto em poucos dias. Em casos de suspeitas são pedidos exames complementares.
Apesar das suspeitas, é importante manter a calma, uma vez que nem todas as lesões são indicativos de câncer.
“Nem toda alteração indica câncer. Muitas lesões são benignas, mas precisam ser devidamente investigadas”, diz Carla Loss.
Após o exame, a paciente geralmente pode retomar suas atividades normalmente. O mais importante, de acordo com a oncologista, é manter a regularidade dos exames e o acompanhamento com os médicos.
Diversos estudos demonstram que a adesão ao exame está diretamente relacionada à redução da mortalidade por câncer de mama. Por isso, falar sobre a mamografia e incentivar as mulheres a incluí-la em sua rotina é essencial. Cada consulta e cada exame são passos fundamentais para cuidar da saúde feminina de forma efetiva.