A morte repentina da influenciadora digital, Larissa Borges, 33 anos, de Brasília, após passar mal em uma festa durante uma viagem a Gramado, na Serra Gaúcha, causou grande comoção e repercussão em vários canais de notícias.
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O delegado Gustavo Barcellos, conforme trecho de entrevista publicada pelo Estadão, disse que “o namorado dela confirmou em depoimento que ambos fizeram o uso de substâncias ilícitas, durante uma festa em Gramado, como MD e ingestão de bebidas alcoólicas”.
A declaração acende um importante alerta para os riscos do uso de entorpecentes e ainda mais aos serem associados ao consumo de bebidas alcóolicas. Primeiro, é importante destacar que o MD é uma droga sintética, bastante perigosa e que pode desencadear efeitos devastadores no organismo.
Mas o que é o MD e quais os riscos dele para a saúde? Quais os efeitos que ele provoca no organismo? A reportagem do Folha Vitória ouviu um especialista para responder essas e outras perguntas.
Para começar, é preciso explicar que o MD é uma sigla reduzida para MDMA ou “3,4-metilenodioximetanfetamina”. Trata-se de uma substância psicotrópica sintetizada em laboratório pela primeira vez em 1912.
Nos Estados Unidos, a droga é conhecida como molly. Em 1970, era empregada com o objetivo de potencializar a psicoterapia. Dez anos mais tarde, na década de 80, passou a ser usada de forma recreativa.
Os efeitos do MD no organismo
Segundo Vital Fernandes Araújo, médico pós-graduado em medicina ortomolecular e em psiquiatria o consumo do MD pode levar a efeitos alucinógenos e estimulantes, “como um aumento da sensação de bem-estar, euforia, empatia em relação aos outros, percepção sensorial aprimorada, alucinações leves e uma maior disposição para discutir memórias emocionalmente carregadas”.
Além disso, a droga pode levar a efeitos adversos agudos, como:
– Aumento da frequência cardíaca;
– Aumento da pressão arterial;
– Sudorese;
– Bruxismo (ranger de dentes);
– Diarreia;
– Disfunção erétil;
– Insônia;
– Hipertermia (aumento da temperatura corporal);
– Desidratação;
– Convulsões.
O consumo de MD pode levar a um aumento significativo da temperatura corporal, o que pode ser fatal em ambientes quentes ou durante atividades físicas prolongadas. O uso regular de MD pode reduzir a eficiência do bombeamento do coração em pessoas que usam regularmente, o que é particularmente preocupante durante períodos de atividade física intensa, alerta o médico.
O consumo de MD também pode ser fatal caso seja usado em doses muito altas, associado com outros tipos de drogas ou a pessoa ficou gravemente desidratada sob a influência da droga.
“Um outro ponto importante é que o uso regular de MD pode reduzir a eficiência do bombeamento do coração em pessoas que usam regularmente, o que é particularmente preocupante durante períodos de atividade física intensa”, destaca Vital.
Dependência química
O especialista diz que alguns usuários de MD chegam a relatar sintomas de dependência, como uso contínuo, por exemplo, e isso apesar das consequências negativas, como tolerância, abstinência e desejo intenso de usar a droga. Também não existe um consenso científico sobre o MD viciar ou não.
Uso prolongado pode provocar danos irreversíveis no organismo
“O uso prolongado de MDMA pode provocar danos irreversíveis no organismo, principalmente no cérebro”, alerta Vital. Isso por que pode lesionar as células nervosas, podendo levar a problemas de aprendizado, memória, atenção, e até mesmo controle emocional.
As sequelas podem ser ainda pior, lembra o médico. “Em alguns casos, o uso prolongado de MDMA pode levar ao desenvolvimento de doenças mentais, como esquizofrenia e depressão”. Problemas cardíacos, renais e danos aos dentes ocasionados pelo bruxismo também podem acontecer.
Fato é que o uso da droga , em especial, muito perigoso para os jovens, já que o cérebro ainda está em desenvolvimento.
“Os efeitos a longo prazo do uso de MDMA ainda estão sendo estudados, mas os pesquisadores acreditam que a droga pode causar danos no cérebro mesmo em doses moderadas”, afirma.
Efeitos no organismo
Basta apenas uma dose e cerca de 45 minutos para que os efeitos intoxicantes da droga possam ser sentidos e cerca de 6 horas para passar.
Ambientes muito cheios e quentes, ou até mesmo durante a prática de uma atividade física intensa, pode aumentar consideravelmente a temperatura corporal, com a possibilidade de morte.
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