Saúde

Medicamento dobra expectativa de vida de pacientes com câncer de mama metastático

Estima-se que 20% a 50% dos pacientes com câncer de mama em estágio inicial posteriormente desenvolverão a doença em estágio avançado

Foto: Divulgação/Pexels
Maioria das pacientes com câncer de mama avançado estão na fase pré menopausa. 

Pacientes que fazem tratamento específico para câncer de mama avançado ou metastático podem ter a sobrevida aumentada em até duas vezes mais. Um novo medicamento aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o primeiro tratamento específico para os casos, e combate a mutação genética que faz com que o tumor se agrave.

Dados dos estudos do novo fármaco, o Piqray (alpelisibe), demonstraram que a combinação dos medicamentos apresentou melhores resultados nas pacientes. Piqray forneceu resultados de SLP consistentes em subgrupos pré-especificados, independente de tratamento anterior com CDK4/6 e presença ou ausência de metástases pulmonares ou hepáticas.

A mutação genética encontrada no câncer de mama tipo HR+/HER2-, atinge aproximadamente 40% das pacientes. E estão associadas ao crescimento do tumor, à resistência ao tratamento endócrino e a um mau prognóstico geral. “Além dos altos índices da doença avançada, o que também chama atenção é que muitas dessas pacientes são jovens, em fase de pré-menopausa”, afirma o oncologista Rafael Kaliks.

Estima-se que 20% a 50% dos pacientes com câncer de mama em estágio inicial posteriormente desenvolverão a doença em estágio metastático, que é quando a doença não tem mais cura, pois se espalhou para outras partes do corpo, como ossos, pulmões, fígado ou cérebro. O câncer de mama é o tipo mais incidente de câncer entre as brasileiras depois do câncer de pele não melanoma. Apenas em 2018, foram cerca de 60 mil novos casos da doença no Brasil, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). 

Tratamento convencional e estigmas 

O oncologista Rafael Kaliks pontua que as sessões de quimioterapia são muito desafiadoras para as pacientes. “Os efeitos físicos são mais conhecidos, mas há também o efeito psicológico. Tornar esse momento menos estressante, mais agradável e confortável, pode trazer um benefício enorme para as pacientes, ajudando-as a passar por esse processo”.

Existem estudos brasileiros que apontam para o estigma e o impacto emocional do câncer de mama, principalmente com relação a essa etapa do tratamento. Segundo especialistas, as pacientes enfrentam diversas emoções relacionadas a um diagnóstico de câncer: negação da condição de doença, sentimentos negativos para lidar com o adoecimento, enfrentam maior risco de finitude da vida, além do impacto na autoimagem, para citar alguns.