Saúde

Ministério da Saúde mantém contraindicação de misturar vacinas em gestantes

Discussão vinha sendo levantada após suspensão do imunizante da AstraZeneca em grávidas e puérperas

Foto: Reprodução

A orientação do Programa Nacional de Imunizações continuará sendo a não aplicação de vacinas contra covid-19 de fabricantes diferentes na primeira e segunda doses em grávidas e puérperas. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou a decisão nesta quinta-feira (8).

A declaração foi dada em uma entrevista para detalhar uma nova nota técnica do Ministério da Saúde sobre a vacinação deste grupo. Na ocasião, ele afirmou que “não há evidência científica acerca de intercambialidade de vacinas nas gestantes, portanto vamos manter a orientação do Programa Nacional de Imunizações.”

No dia 29 de junho,  o subsecretário em Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, explicou que, diferente do que aconteceu no Rio de Janeiro, no Espírito Santo continuariam sendo seguidas as determinações do Ministério da Saúde. 

“Por enquanto seguimos a orientação do Ministério da Saúde: quem tomou a Astrazeneca, deve seguir a regra de tomar a segunda dose também da Astrazeneca”, disse.

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Grávidas devem esperar o puerpério para receber D2

Após a suspensão da vacina da AstraZeneca para gestantes e puérperas, em maio, gestores municipais e estaduais ficaram em dúvida sobre como completar o esquema vacinal daquelas mulheres que já haviam tomado a primeira dose — cerca de 15 mil naquela ocasião.

Hoje, Queiroga afirmou que elas devem esperar o parto e o puerpério para, então, tomarem a segunda dose do mesmo imunizante (AstraZeneca).

“Aquelas que tomaram a vacina AstraZeneca vão completar a imunização após o puerpério com a mesma vacina. Se surgir alguma evidência científica que mostre alguma vantagem de se fazer a intercambialidade, assim será”, afirmou o ministro.

O estado do Rio de Janeiro autorizou, na semana passada, que estas mulheres tomem a segunda dose da Pfizer, o que foi rechaçado pelo ministro.

“Secretários estaduais e secretários municipais de saúde que, por acaso, queiram modificar essa orientação do PNI não devem fazer por conta própria, devem fazer após a aprovação do grupo intergestor do Programa Nacional de Imunizações, apoiado pela Câmara Técnica. É claro que os secretários municipais ou estaduais têm a sua autonomia, mas não para mudar o cerne do que foi discutido na política tripartite”, reforçou.

Entenda o caso

A vacinação de gestantes sem comorbidades chegou a ser suspensa em maio, após uma grávida que havia recebido a vacina da AstraZeneca falecer. A mulher sofreu um efeito adverso raro, a trombocitopenia.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária recomendou dias depois que o Ministério da Saúde suspendesse o uso do imunizante para esse grupo, o que foi feito.

Em 14 de maio, o PNI chegou a recomendar que este grupo de mulheres recebesse a segunda dose da Pfizer/BioNTech. No entanto, por decisão de Queiroga, a nota técnica foi revogada para uma nova análise, mesmo tendo passado por discussão prévia com 27 especialistas.

Desde então, grávidas e puérperas podem receber somente os imunizantes da Pfizer/BioNTech e a CoronaVac. A vacina da Janssen, que utiliza tecnologia semelhante à da AstraZeneca, também não deve ser usada em grávidas.

Segundo o ministério, até agora ocorreram 1.400 mortes de gestantes por covid-19. A taxa de letalidade é em torno de 10%, enquanto na população em geral é menor do que 2%.

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*Com informações do Portal R7